O Evangelho do Natal
“E o testemunho é este: que Deus nos deu a
vida eterna; e esta vida está em seu Filho”
(1 Jo 5.11).
Já escrevi em
outras ocasiões sobre a descristianização do Natal.Uma descristianização que
não está apenas no mundo, na sociedade, na cultura em geral e no mercado de
consumo. Este esvaziamento do natal atinge ‘em cheio’ às comunidades cristãs,
mesmo históricas. A velha história é revisada e outros conceitos humanos,
dignos até, ganham relevo como a solidariedade, a política da inclusão, a
justiça social e a questão da tolerância e etc. O Natal tornou-se, no caso
daqueles que possuem alguma boa vontade e alguma consciência social, um veículo
para a disseminação de suas convicções e ideologias. Isto não seria de todo um
mal, se á custa dessas coisas o antigo Evangelho não sofresse prejuízo, não
fosse esquecido e até mesmo ignorado. Na verdade, o Natal é uma Boa Notícia da
parte de Deus aos homens. Uma notícia que já virou história quando do
nascimento de Jesus na gruta de Belém, é verdade. Mas, uma notícia que continua
atual, válida, necessária e ainda inaudita para muitos. E essa notícia é: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que
condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo 3.16,17)
e ainda: “Porque o Filho do homem veio
buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10); “Porque o Filho do homem veio salvar o que se tinha perdido” (Mt 18.11);
“Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao
mundo, para salvar os pecadores...” (1 Tm 1.15). Esta é toda a verdade e
toda a essência do Natal. O Natal é o Evangelho, sua suma, seu cerne, sua
mensagem. Não há outra coisa a celebrar e não há outra mensagem que seja mais
importante e verdadeira do que essas registradas nos
versículos acima. O Natal é a festa da libertação dos escravos do pecado. É o
resgate dos oprimidos. É o encontro e encaminhamento do que estava perdido. É a
salvação do condenado. O Natal não é um fim em si mesmo, mas aponta
para a realidade do calvário. Manjedoura e Cruz estão intimamente associadas.
Estrebaria e sepulcro estão ataviados pela mesma verdade, o Filho de Deus
nasceu neste mundo segundo a carne para morrer a nossa morte e dar-nos vida em
sua gloriosa ressurreição. Qualquer outra mensagem que não proclame no
Natal a esperança para o pecador, a vida para o arrependido e o conforto na
certeza da salvação para o santo, não é Natal cristão. Esta festa nos recorda ainda o altíssimo
valor do lar e da família. Quis Deus o Pai que seu Filho tivesse na terra mãe
humana, um pai adotivo e muitos irmãos por parte de mãe e outros tantos por
parte da fé. Isto deve levar-nos à valorização de nossa família como o lugar
privilegiado para o desenvolvimento de nosso caráter e a apreensão e o cultivo
de princípios e valores. O Natal nos ensina que investir em nossa
família é a melhor coisa que podemos fazer para a nossa própria felicidade.
E o melhor investimento é fazer como Maria e José que receberam e colocaram
Jesus como o centro de suas vidas. Devemos fazer o mesmo, devemos conduzir
nossas famílias para o encantamento, a devoção e a obediência a Jesus Cristo. E
ainda, expandir a nossa família para a família da fé, que é a Igreja. É na
Igreja que Jesus Cristo vem ao nosso encontro, na Palavra, na comunhão dos
irmãos, nos sacramentos e faz com que nosso coração se torne um permanente
presépio. Valeria repetir aqui o que se diz em algumas propagandas na TV: “Não
aceite imitações”, um Natal que não proclame as excelências de Cristo e sua
graça salvadora. Um Natal que não nos leve a apreciar, valorizar e proteger
nossa família em Cristo. Um Natal que não nos convença e nos leve à
participação afetiva e efetiva com os irmãos na Igreja, não merece a nossa
atenção e nem o desperdício de nosso tempo e energia. Celebremos no Natal a
festa de nossa pertença á família de Deus, irmãos adotivos de Jesus Cristo para
a adoração por agora na Igreja e por toda a eternidade no céu. Feliz e Santo
Natal de Jesus Cristo a todos.
Reverendo Luiz Fernando
é Ministro da Igreja Presbiteriana Central de Itapira
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