Sou Feliz com Jesus
“Se somos
filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se
de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua
glória” (Rm 8.17).
O Hino Aflição e Paz é um clássico da hinódia
protestante. Talvez seja mesmo um dos hinos mais amados e mais executados em
nossas liturgias mais conservadoras. O histórico deste hino merece ser
publicado aqui para fundamentar a nossa reflexão: “Este hino tem uma letra muito confortante e foi escrito por Horatio
Gates Spafford em um momento de muita dor. Spafford era um advogado de sucesso
em Chicago. Em 08 de outubro de 1871 o grande incêndio de Chicago destruiu
grande parte da cidade e, consequentemente, a maioria das propriedades que
Spafford havia adquirido com o esforço de seu trabalho. Porém, a grande
tragédia de sua vida aconteceu 2 anos depois, em 1873: Spafford, sabendo que um
grande amigo seu, D. L. Moody, estaria pregando em uma região da Inglaterra no
outono, resolveu passar férias com sua família na Europa. Porém, com alguns
trabalhos a fazer ele decidiu enviar primeiro a sua esposa (Anna Tubena Larsen)
e suas quatro filhas, Anna, Margaret, Elizabeth e Tanetta. Em 21 de novembro
de 1873, enquanto elas atravessavam o Oceano Atlântico, o navio a vapor em que
estavam, chamado Ville du Havre,
colidiu com outro navio, 226 pessoas morreram inclusive suas 4 filhas. Sua
esposa Anna foi a única sobrevivente da família e, resgatada por outra
embarcação, assim que chegou à Inglaterra enviou um telegrama ao seu esposo que
dizia: "Salva, porém só" ("Saved alone"). Spafford então viajou para a Inglaterra e,
mesmo em um momento de profunda dor, ao passar pelo local da morte de suas
filhas ele compôs este belo hino que até hoje é cantado nas igrejas históricas
reformadas, como a Igreja Presbiteriana do Brasil. Spafford em seu
momento de grande provação e tribulação buscou consolo e refúgio em Deus. “Que
possamos nós também demonstrar a mesma confiança e disposição para com Deus em
nossas dificuldades, que muitas vezes são tão pequenas comparadas à tragédia
que este homem de Deus sofreu”. A felicidade existe e apesar de na minha
última pastoral ter afirmado que ninguém a merece, nunca quis dizer que fosse
impossível. Mas, a felicidade não depende exatamente das circunstâncias, a
felicidade não tem a ver com o estado de humor ou situações favoráveis, mesmo
porque, para nós que cremos em Cristo a felicidade é uma pessoa e o
relacionamento que temos com ela, Jesus Cristo. Para os que não creem, a vida é
uma curta caminhada entre o berço e a sepultura. Para esses, não há mesmo tempo
a perder quando o assunto é ser feliz. O maior número de experimentos,
com as mais variadas emoções, sem que haja grandes e definitivas restrições é a
melhor receita para fazer esta vida valer a pena. E assim, quando as
circunstâncias são adversas e os ventos parecem soprar contrários ás nossas
aspirações, tudo o que nos resta é a desolação e o desânimo, seguidos de
justificativas e fugas da realidade numa vida de constante alienação. Para
esses tais, a instabilidade das coisas deste mundo os leva a uma voraz
insatisfação que nunca lhes permite ver algum sentido na vida e encaram qualquer
forma de sofrimento como absurdo. Para os cristãos, nossa caminhada é mais
longa. Nossa história começa no berço e não termina no túmulo, não. Para nós,
que professamos a ressurreição de Cristo e cremos na vida eterna, entendemos
que a felicidade é possível sim aqui. Possível, mas não a única forma e nem a
mais perfeita. Compreendemos que a totalidade de nossa vida foi assumida e
transformada por Cristo e por isso mesmo, reconhecemos que enquanto caminhamos
para a eternidade, vivemos este tempo de espera e aperfeiçoamento em um mundo
caído. Conquanto a graça comum de Deus preserve a criação em favor de todos os
homens e promova toda sorte de desenvolvimentos e benefícios como a arte, a
tecnologia, as ciências e etc. para que não sejamos todos consumidos pela
endêmica corrupção de nossos corações, ainda sim, vivemos num mundo
insuficientemente capaz de produzir felicidade que dure. Nós cristãos podemos e
devemos gozar desses mesmos benefícios da graça comum como todos os homens,
porém nunca, de maneira absoluta. Nosso critério será sempre o da validação das
Escrituras afim de que sejamos sóbrios em todas as coisas, inclusive no
sofrimento. O sofrimento nunca deve ser desejado e jamais deverá ser ignorado
ou desperdiçado. O prazer, como o sofrimento encontram seu propósito em Deus
que deseja capacitar-nos para aquela felicidade perfeita e eterna junto d’Ele
na glória. Não há felicidade real e que dure sem Jesus. Vem ser feliz!
Rev. Luiz Fernando Dos Santos
é Ministro
do Evangelho na Igreja Presbiteriana Central de Itapira.
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