Pentecostes.
"Quando
comecei a falar, o Espírito Santo desceu sobre eles como sobre
nós no
princípio” (At 11.15)
No
antigo calendário israelita estão relacionadas três festas (Ex 23.14-17; 34.18-23): a primeira é a
Páscoa, celebrada junto à dos Ázimos ou Asmos; a segunda é a Festa das
Colheitas ou Semanas que, a partir do domínio Grego, recebeu o nome de
Pentecostes; finalmente, a festa dos Tabernáculos ou Cabanas. As duas primeiras
celebrações foram adotadas pelo cristianismo, porém, a terceira foi relegada ao
esquecimento. Pentecostes não é o nome próprio da segunda festa do antigo
calendário bíblico, no Antigo Testamento (Ex 23.14-17; 34.18-23). Originalmente,
essa festa é referida com vários nomes: Festa da Colheita ou Sega - no hebraico
hag
haqasir, por se tratar de uma colheita de grãos, trigo e cevada, essa
festa ganhou esse segundo nome (Ex 23.16). Festa das Semanas - no hebraico, hag
Chavu´ot. A razão desse nome está no período de duração dessa
celebração: sete semanas. O início da festa se dá, cinquenta dias depois da
Páscoa, com a colheita da cevada; o encerramento acontece com a colheita do
trigo (Dt 34.22; Nm 28.26; Dt 16.10). Dia das Primícias dos Frutos - no
hebraico yom habikurim. Este nome tem sua razão de ser na entrega de uma
oferta voluntária, a Deus, dos primeiros frutos da terra colhidos naquela sega
(Nm 28.26). Provavelmente, a oferta das primícias acontecia em cada uma das
três tradicionais festas do antigo calendário bíblico. Na primeira, Páscoa,
entregava-se uma ovelha nascida naquele ano; na segunda, Colheita ou Semanas,
entregava-se uma porção dos primeiros grãos colhidos; e, finalmente, na
terceira festa, Tabernáculos ou Cabanas, o povo oferecia os primeiros frutos da
colheita de frutas, como uva, tâmara e figo, especialmente. A Festa de
Pentecostes. Por que este nome? Nos últimos trezentos anos do período do Antigo Testamento, os gregos assumiram o controle do mundo, impondo sua língua, que se
tornou muito popular entre os judeus. Os nomes hebraicos - hag haqasir e hag
Chavu´ot - perderam as suas atualidades e foram substituídos pela
denominação Pentecostes, cujo significado é cinquenta dias depois da Páscoa. A
partir das reformas de Esdras e Neemias, em meados do século V a.C., a Festa de
Pentecostes passou a celebrar o Dom da Lei no Sinai, a festa da Aliança entre
Deus e o povo. Para nós Cristãos, celebrar Pentecostes é celebrar a
realidade que era apenas tipificada nas cerimônias do Antigo Testamento. Pois,
cinquenta dias após a ressurreição de Cristo e dez após a sua Ascensão aos
céus, o povo santo recebe o Dom do Espírito Santo e celebra as primícias da
Igreja na confirmação dos Apóstolos e discípulos e na conversão de quase três
mil homens em resposta ao sermão de Pedro. O Pentecostes, na verdade,
acontece sempre que um pecador é redimido, regenerado, justificado, santificado
e adotado como filho. Este é o Pentecostes pessoal, a selagem com o Espírito
Santo, o batismo propriamente dito. Todavia, a Igreja sempre precisará ao longo
de sua caminhada histórica de novas visitações deste mesmo Espírito a que damos
o nome de Avivamento ou Despertamento. Estas visitas são necessárias exatamente
porque a nossa condição não é melhor que a dos primeiros discípulos. Até que o
Espírito repousasse sobre eles naquela manhã de Pentecostes como eles se
encontravam? Uns dispersos e recalcitrantes. Outros escondidos, trancafiados
com medo dos Judeus. Outros amargurados remoendo a própria miséria. Mas, todos
igualmente, apresentavam em maior ou menor grau algum tipo de incredulidade e
frustração. A alegria da Ressurreição de alguma maneira parecia não ser
suficiente. Pentecostes então é a aplicação da obra da cruz e das conquistas de
Cristo a alma dos apóstolos e discípulos bem como dos novos conversos e desde
então tem sido assim. Em Pentecostes os apóstolos receberam a fé salvadora, a
segurança e a certeza da salvação a convicção de que foram perdoados e foram ‘empoderados’
para a Missão. Nossa condição, como eu disse, não é melhor. Podemos
estar paralisados por medos e temores. Falta-nos certeza e segurança muitas
vezes. O frio de uma ortodoxia morta e do formalismo religioso, do
pertencimento a Igreja por tradição já é uma verdade entre nós. A falta de amor
pela doutrina, fervor por santificação e paixão pela evangelização, reclamam, necessitam de uma poderosa e maravilhosa visitação do
Espírito Santo. Aproveitemos esta festa para clamar sem cessar: “Vinde Espírito
Santo e enchei as nossas almas”!
Rev. Luiz Fernando Dos Santos
É Ministro da Igreja Presbiteriana do
Brasil em Itapira
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