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sábado, 26 de setembro de 2015

MENSAGEM PASTORAL

Ao que está sentado no Trono
“E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro” (Ap 7.10).

O culto divino, para nós, cristãos evangélicos, é a fonte e o ápice da vida cristã. Na verdade, o culto que prestamos a Deus é exatamente o ponto desde o qual nós entendemos a vida e a história. Todas as coisas são compreendidas por nós dentro do esquema Criação-Queda-Providência-Redenção. Isto quer dizer que nós cultuamos um Deus soberano que tem o absoluto controle sobre todas as coisas e todas as causas. Que da Criação por Ele realizada, à Queda, isto é, a entrada do pecado e da morte no mundo, por Ele permitida em seus decretos secretos, aos meios pelos quais ela administra a sua Graça, geral e especial, para o sustento do universo inteiro, até chegar à Redenção dos eleitos e a criação dos novos céus e nova terra, tudo está sob o invencível e indefectível governo de Deus.  Esta compreensão da história sendo governada por Deus e da recapitulação de todas as coisas em Cristo não nos isenta de nossa responsabilidade moral e nem de nossa ativa participação na história. Antes, pelo contrário, porque participamos da vida em Deus pelo batismo, participamos também de sua atividade no mundo refletindo o seu caráter santo, justo e amoroso. Logo, a reta celebração dos louvores de Deus e de seus grandes feitos nos compromete a viver como quem o tem assentado no trono presidindo e governando todas as coisas e sob quem estamos a serviço. Cultuá-lo significa proclamar o seu Reinado no mundo e a reivindicação que Ele faz de todas as coisas para o seu Reino de justiça, paz, vida e amor. Assim, onde houver violência, corrupção, injustiça, fome, guerra, morte eaviltamento da dignidade da pessoa humana em sua imagem como semelhança com Deus, ali mesmo os súditos do que está sentado no Trono, são enviados em nome do seu Rei, para combater e transformar estas realidades a partir da visão que recebem das coisas vistas quando os céus estão abertos no culto solene. Evidentemente que não estou falando de uma experiência mística, pelo menos não naquele sentido fantasioso do termo. Os céus são abertos para nós quando as Escrituras são expostas diante de nós. Temos a visão do Trono e d’Aquele que nele se assenta quando a Palavra de Deus, única regra de fé e vida, quando a Bíblia, a única norma não normalizada por outra, é pregada ao nosso entendimento e ao nosso coração: “para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2), pois assim sabemos que: “Lei é santa, e o Mandamento santo, justo e bom” (Rm 7.12). É exatamente aqui que nos submetemos ao Reinado de Deus em Cristo. É exatamente assim que conhecemos qual a sua vontade sobre a criação e o destino último do homem. É assim que descobrimos que enquanto a história caminha para o seu cumprimento final na consumação e radical transformação de todas as coisas, desde já somos convocados á iluminar esses dias, o nosso mundo, a nossa cultura, a nossa sociedade pelo esplendor da verdade que emana de Cristo, de seu Evangelho, de sua lei Moral, de seus benefícios alcançados pela vitória da Cruz. Não fosse o culto, o cristianismo não seria mais que mais uma filosofia ou moralidade dentre tantas outras. Não fosse o culto, a visão que Ele nos proporciona do que está no Trono, nossa compreensão da realidade seria de um existencialismo romântico, porém vazio e sem sentido como tudo o mais que não tem Deus. Não fosse a contemplação das últimas coisas antecipadas na liturgia de cada culto, a vitória de Cristo e de seu povo, nossos esforços nesta vida e toda a nossa história seria como a sorte de Sízifo, personagem da mitologia grega que é condenado a uma tarefa de grande esforço, mas absolutamente sem sentido no final das contas.  Aprenda a dar sentido e coerência para a sua vida e história, aceite este gracioso convite: “Vinde, cantemos ao Senhor com júbilo...” (Sl 95.1), porque “Reina o Senhor. Regozije-se a terra...” (Sl 97.1).
Rev. Luiz Fernando Dos Santos
Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil em Itapira

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