Ainda sobre a
Parada Gay
“Tratai todos com honra, amai os irmãos, temei a
Deus, honrai o rei” (1 Pe 2.17).
É sabido de todos as cenas lamentáveis que chocaram
muitos setores do cristianismo protagonizados durante a parada gay. As cenas
são tão fortes que se fosse uma produção cinematográfica seriam classificadas
como para maiores de 18 anos. E tudo, pasmem, aconteceu à luz do dia para quem
quisesse ver, gostasse ou não. Evidentemente que os católicos romanos têm mais
motivos que nós protestantes para manifestar a sua indignação, uma vez que pouco
ou quase nada nos identificamos com os símbolos ali vilipendiados, o que aliás,
é crime no Brasil, salvo melhor juízo. Todavia, temos algo a dizer a respeito
porque somos capazes de ver no futuro o que ainda pode vir por aí. Primeiro,
quero dizer que nós os cristãos não somos homofóbicos, não saímos por aí, à luz
do dia, em nossos encontros de oração, cruzadas evangelísticas, campanhas
missionárias queimando bandeiras arco-íris, destruindo insígnias do movimento
LGBT, ou quebrando CDs do Elton John. Nunca fazemos um discurso do tipo
‘linchamento moral’ e nem atacamos as pessoas envolvidas com a causa ou com a
orientação sexual. Também não usamos a grande mídia para propagar nossa tão
propalada homofobia. Ah, e é claro, não estamos aumentando as vendas de Bíblias
com comerciais de TV com qualquer mensagem subliminar ou clara contra o
movimento. Em segundo lugar, temos o sacratíssimo direito de divergir, de ter uma
opinião clara a respeito do assunto e de emiti-la, sempre dentro dos limites da
decência, do civilizado, do ético e mesmo dos contornos da lei, coisa que não
foram registradas nem de longe pelas cenas grotescas da semana retrasada em São
Paulo. Em terceiro,
defendemos o direito dos Homossexuais de expressarem os seus sentimentos, os
seus reclamos, as suasangústias
existenciais. Defendemos o direito de que eles se organizem e queiram se
proteger naquilo em que se sentem ameaçados. Contudo, nos opomos veementemente
a qualquer tentativa de cercear a nossa liberdade de crença e de opinião.
Opomo-nos a qualquer tentativa de fazer deste movimento uma cultura
generalizada e tutelada pelo Estado, de maneira especial, na questão da
Ideologia de Gênero. Não aceitamos absolutamente que seja
transferida para o Estado a tarefa da orientação, educação e também da
definição quanto ao sexo de uma criança. Nossos filhos são nossa
responsabilidade e nossa missão e devem ser educados conforme cremos e segundo
os valores que possuímos. Dentre esses valores estão o respeito à vida,
a diversidade cultural, religiosa e política. Queremos que nossos filhos sejam
formados com um caráter semelhante ao de Cristo que nunca deixou de falar a
verdade, fazer o bem, amar os pecadores e convidá-los graciosa e gentilmente
para uma vida nova e feliz. Continuaremos, ainda que a justiça deste mundo
decaído nos ameace e impeça, afirmando que não há outra opção sexual para os
padrões bíblicos do que homem e mulher. Continuaremos defendo a família
tradicional, esta mesmo nas quais e pelas quais, nasceram os mesmos
homossexuais que parecem querer destruí-la. Continuaremos a afirmar que tanto
héteros quanto homossexuais se encontram em uma situação desesperadora e
terrível até que venham a Cristo e sejam salvos por ele. Não cremos e nunca ensinamos que
os homossexuais são mais pecadores ou mais terrivelmente pecadores do qualquer
outro homem e mulher que se mantenham numa relação heterossexual comum e normal
(normalidade para nós é o que a Bíblia estabelece como norma). Afirmamos sim
que qualquer um que tenha ouvido a mensagem do Evangelho e tenha sido
regenerado há de conformar a sua vida aos padrões das Escrituras e ter como
medida de ética, moral e humanidade o Senhor Jesus Cristo. Quarto, quanto
àquela pessoa que encenou a crucifixão querendo comparar o seu sofrimento com o
de Cristo no calvário, bom, nem preciso dizer que esta pessoa sofre e padece
seja lá o que for por culpa própria. Suas opções a crucificam. Já o nosso
santíssimo e bendito salvador sofreu sem nada dever. Aquela pessoa quis chamar
a atenção para os seus direitos enquanto o nosso amorável Jesus morreu na cruz
por pecadores como eu e também como ela. É isso mesmo, morreu por pessoas como
ela que um dia zombariam d’Ele. Como fez Bernardo de Claivaux em seus dias e
Calvino no Século XVI, ainda que nenhum mal real possa ser feito ao nosso
Bendito Redentor, não podemos deixar de ladrar, como cães de guarda, sempre que
o perigo rondar a nossa tenda!
Rev. Luiz
Fernando Dos Santos
É Ministro da
Igreja Presbiteriana do Brasil em Itapira
Nenhum comentário:
Postar um comentário