Domingo “In Albis”
“Quem está em Cristo, é nova criatura.” (2Co 5.17).
A antiguidade cristã, conferiu o título de Domingo “In Albis”, ou seja, Domingo Branco, ao primeiro domingo depois da páscoa, porque era o dia em que os neófitos compareciam à Igreja para serem revestidos da túnica branca que significava a sua purificação no batismo e seu estado de santidade em Cristo. Neste domingo, então, eram completadas as catequeses mistagógicas e a iniciação cristã, para uma vida sacramental e testemunhal plenas. Agora, só deveriam trocar o branco, símbolo da pureza devida a Cristo, pela púrpura do martírio, quando dariam a mais magnífica honra ao seu Senhor e Rei. Já vai muito longe este tempo de heroísmo e amor sacrificial a Cristo e à sua Igreja. Vivemos dias confusos nos arraiais evangélicos, muitas comunidades têm-se amoldado ao espírito da época e da cultura vigente. Há uma profunda identificação da pregação, do ensino, do culto e da ética com a mentalidade do homem dos nossos dias. A Igreja sempre procurou assimilar os valores da época e da cultura onde ela foi plantada, mas sempre tomou o cuidado para não negociar o essencial e nem ceder aos imperativos culturais da sociedade. E, sempre que isso aconteceu, a Igreja e o Evangelho sofreram grandes prejuízos. Aconteceu nos dias da Cristandade quando cruz e espada, trono e altar se misturaram à época de Constantino e seus sucessores. A mesma coisa se verificou no oriente quando bizantinismo e cristianismo se tornaram sinônimos, Basileus e Basílicas se tornaram identificadores de Cristo. Nos dias que se seguiram à Reforma, quando os gênios de Luthero, Calvino e seus contemporâneos já eram de “feliz memória”, as convulsões religiosas que se verificam na Inglaterra, por exemplo, têm mais de questões políticas do que essencialmente de fé e religião, embora estes tenham sido componentes importantes. E se Constantino convoca o primeiro dos Concílios da Antiguidade, Éfeso 325, o Parlamento Inglês convoca e ampara a Assembleia de Westminster, marcando assim o ápice da proclamação de fé dos Reformados. Valeria apena perguntar, em nossos dias, a que poder cultural dominante as nossas igrejas têm sido atreladas? É fácil constatar: ao poder do dinheiro, do mercado, da moda, do consumismo, do hedonismo, da moral relativista e da ética plural. A lei do conveniente prepara os caminhos de um evangelho contemporâneo. Pecado, Novo Nascimento, Amor Sacrificial, Santificação, Perseverança, Indissolubilidade do Casamento, Fidelidade Religiosa e Vida Fraterna em Comunidade, Ética ou estão fora de moda ou ganharam novo entendimento. O que se busca e o que se oferece em Reverendo Luiz Fernando
Pastor da IPCI
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