Avisos
Classe de Catecúmenos
iniciará no próximo domingo 29/04.
28.04 - 19h30 às 21h30 UCP - Noite do + 1!
A antiguidade cristã, conferiu o título de Domingo “In Albis”, ou seja, Domingo Branco, ao primeiro domingo depois da páscoa, porque era o dia em que os neófitos compareciam à Igreja para serem revestidos da túnica branca que significava a sua purificação no batismo e seu estado de santidade em Cristo. Neste domingo, então, eram completadas as catequeses mistagógicas e a iniciação cristã, para uma vida sacramental e testemunhal plenas. Agora, só deveriam trocar o branco, símbolo da pureza devida a Cristo, pela púrpura do martírio, quando dariam a mais magnífica honra ao seu Senhor e Rei. Já vai muito longe este tempo de heroísmo e amor sacrificial a Cristo e à sua Igreja. Vivemos dias confusos nos arraiais evangélicos, muitas comunidades têm-se amoldado ao espírito da época e da cultura vigente. Há uma profunda identificação da pregação, do ensino, do culto e da ética com a mentalidade do homem dos nossos dias. A Igreja sempre procurou assimilar os valores da época e da cultura onde ela foi plantada, mas sempre tomou o cuidado para não negociar o essencial e nem ceder aos imperativos culturais da sociedade. E, sempre que isso aconteceu, a Igreja e o Evangelho sofreram grandes prejuízos. Aconteceu nos dias da Cristandade quando cruz e espada, trono e altar se misturaram à época de Constantino e seus sucessores. A mesma coisa se verificou no oriente quando bizantinismo e cristianismo se tornaram sinônimos, Basileus e Basílicas se tornaram identificadores de Cristo. Nos dias que se seguiram à Reforma, quando os gênios de Luthero, Calvino e seus contemporâneos já eram de “feliz memória”, as convulsões religiosas que se verificam na Inglaterra, por exemplo, têm mais de questões políticas do que essencialmente de fé e religião, embora estes tenham sido componentes importantes. E se Constantino convoca o primeiro dos Concílios da Antiguidade, Éfeso 325, o Parlamento Inglês convoca e ampara a Assembleia de Westminster, marcando assim o ápice da proclamação de fé dos Reformados. Valeria apena perguntar, em nossos dias, a que poder cultural dominante as nossas igrejas têm sido atreladas? É fácil constatar: ao poder do dinheiro, do mercado, da moda, do consumismo, do hedonismo, da moral relativista e da ética plural. A lei do conveniente prepara os caminhos de um evangelho contemporâneo. Pecado, Novo Nascimento, Amor Sacrificial, Santificação, Perseverança, Indissolubilidade do Casamento, Fidelidade Religiosa e Vida Fraterna em Comunidade, Ética ou estão fora de moda ou ganharam novo entendimento. O que se busca e o que se oferece em
Celebremos hoje a Páscoa da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, o maior e mais importante evento do cristianismo. Paulo chega mesmo a afirmar que se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa esperança (1Co 15.14). A Páscoa é uma celebração cujas raízes estão no Antigo Testamento, faz parte da identidade etno-religiosa dos judeus e à luz do Novo Testamento compreendemos que sua celebração era uma mostra, um sinal, uma tipologia daquilo que Deus realizaria de modo definitivo em Jesus Cristo. A palavra Páscoa, derivada do termo hebraico PESSAH significa passagem. Foi a passagem de Deus por meio do Egito libertando Israel da escravidão e da opressão. A Páscoa, neste evento Bíblico, além do aspecto religioso, possui também contornos políticos, ideológicos e sociais. Israel era um povo culturalmente oprimido, politicamente subjugado e socialmente alienado e pobre. Deus ouviu o clamor de seu povo e a injustiça de um Faraó déspota e desapiedado. Deus então toma partido, opta por ficar do lado do marginalizado, do escravizado, do pobre e do oprimido. Deus “desce” se compromete com Israel por meio de Moisés e Aarão e providencia a sua libertação transformadora. No deserto, em meio a muitas provações, um povo ganha identidade, Leis claras, justas e fraternas, onde mesmo o estrangeiro seria respeitado e acolhido com dignidade sem o perigo de correr a mesma sorte que os Israelitas no Egito. Agora, em parceria com o seu Libertador, os judeus se tornam construtores de seu próprio futuro, são, ao lado do Senhor, protagonistas de sua própria história. A Páscoa de Jesus Cristo tem um caráter eminentemente espiritual e mais profundo, tocando assim o âmago da existência humana. A opressão de que fomos libertos na Páscoa de Cristo é aquela incontavelmente mais nefasta para a nossa vida, era a opressão de Satanás, do pecado e da morte. Também nós éramos um não-povo (Ef 2.12), sem identidade, sem Lei, sem cidadania plena. Vagávamos pelo mundo mortos em nossos pecados e delitos (Ef 2.1), como indigentes, mendigávamos qualquer migalha de felicidade aprofundando assim a nossa infelicidade e a nossa condição de escravos das paixões desnorteadas que guerreavam em nossos corações (Ef 2.3). Deus que é rico em misericórdia e conhecendo o nosso sofrimento e a nossa completa e radical incapacidade de nos livrarmos dele, providenciou-nos um libertador em tudo superior a Moisés, uma vez que nosso opressor em tudo era mais
Grande parte da Igreja Cristã em todo o mundo inicia hoje na liturgia e na piedade, a Semana da Paixão de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Católicos Romanos, Cristãos Ortodoxos e Orientais, Anglicanos, Luteranos, alguns Reformados e também o Supremo Concílio da IPB, em sua última reunião ordinária reafirmou a nossa condição de uma igreja litúrgica recomendando assim a celebração bíblica e reverente dos eventos que marcam a história da salvação. Evidentemente, que esses dias não se diferem dos outros por serem mais especiais ou mais santos. Não. O tempo e a história pertencem a Deus, bem como tudo o que a terra contém. Mas, como seres históricos e psíquicos, precisamos organizar a vida e os eventos dela para não nos perdermos nos emaranhados dos acontecimentos e passar por esta existência sem perceber a beleza e o verdadeiro significado das coisas. Sem celebração as etapas de nossa vida perdem muito do seu valor e nós mesmos nos vemos sem identidade, sem saber quem de fato somos e porque existimos. O mesmo se aplica à fé, sem a vivência e a celebração dos momentos mais fortes e significativos da Igreja e dos eventos salvíficos narrados e testemunhados pelas Escrituras, o cristianismo pode se esvaziar numa filosofia religiosa e existencialista. A semana da Paixão tem um caráter pedagógico e didático, pois através dela conseguimos facilmente enxergar a unidade dos dois testamentos, a pedagogia progressiva da revelação divina, a educação na fé de um povo, a constituição da Igreja, o cumprimento das promessas de Deus e o desenrolar perfeito do plano da redenção. As celebrações da Semana da Paixão ajudam-nos a ler as Escrituras de maneira totalizante, integral e sobretudo cristológica, isto é, encontrando Cristo em cada uma de suas passagens. Infelizmente o ambiente iconoclástico, fundamentalista, reacionário e muitas vezes ignorante da Igreja Evangélica Brasileira ou resume a semana da Paixão no sermão das sete palavras, ou utiliza dos exageros da piedade popular dos católicos e suas superstições para embasarem seus discursos contra a celebração da mais importante festa do calendário cristão, ou simplesmente ignoram o fato de que a memória destes dias são um preceito perpétuo e de que o próprio Senhor Jesus desejou ardentemente comer a páscoa com os seus discípulos. Historicamente encontramos a celebração da Semana da Paixão já no século II. Os pais da Igreja e o relato da “Peregrinação de Etéria (Egéria)”, uma piedosa cristã em peregrinação aos lugares santos, descrevem com riqueza de detalhes