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sábado, 28 de novembro de 2015

MENSAGEM PASTORAL

Advento: O Esperado das Nações
“Porque ainda um pouquinho de tempo, E o que há de vir virá, 
e não tardará” (Hb 10.37).

Iniciamos um novo ano cristão, inauguramos um novo ano litúrgico com a estação do Advento. Este período da liturgia cristã quer ajudar-nos em nossa preparação para a festa do Natal de Jesus Cristo. Dentro e fora da igreja não faltam objeções quanto á oportunidade e a legitimidade desta celebração. Dentro da igreja os que são de uma linha, digamos, “neopuritana” querem fazer-nos crer que coisa alguma há na Bíblia que nos autorize a nossa reunião como igreja para a celebração do nascimento de Jesus Cristo segundo a carne. Há também outra geração de cristãos, se bem intencionados ou não impossível determinar, que também apenas enxergam a identificação da igreja com uma prática mundana e secularista para fazer incrementar as vendas neste período, e por isso mesmo, uma festa diabólica. Nas trincheiras do mundo pluralista e secularizado há quem questione a legitimidade de os cristãos poderem celebrar com tanta ênfase esta festa, que para eles, não passa de um mito ou de uma fábula sem sentido. Nos dois casos estamos conscientes de que há algo de verdadeiro nessas afirmações. De fato, não há uma clara e nem uma sutil ordenança bíblica para que celebremos esta festa. Também é verdade que há muito tempo o mercado pegou carona nesta festa e com sua cultura secularizante introduziu elementos alienígenas à festa, o Papai Noel é um deles. É verdade também que Jesus Cristo já não é uma unanimidade em nossos tempos, os dias da cristandade já vão longe. Todavia, celebrar o Natal nada mais é do fazer um culto em Ação de Graças pelo fato de que Deus tendo amado o mundo de tal maneira enviou-nos o seu Filho amado para ser o nosso redentor. Regozijar-nos nestes dias significa expressar todo o nosso contentamento com esta maravilhosa prova de amor que o Pai nos deu. E onde entra o Advento nisso tudo? O Advento possui duas funções importantes para o ministério da Igreja. A primeira e muito fundamental é a função catequético-doutrinária, isto é, assegurar aos cristãos a solidez dos fatos bíblicos como históricos previstos e prometidos no Antigo Testamento e plenamente realizados no Novo, na plenitude dos tempos, com o nascimento de Jesus em Belém de Judá. A segunda e não menos importante é a Kerigmática ou evangelística. O Advento é uma oportunidade para contar à história que fundamenta a nossa fé e dar as razões de nossa esperança. É uma oportunidade riquíssima para comparar o que cremos e celebramos com o que o mundo caricatamente faz. Também é um tempo para confrontar esta cultura consumista e superficial com a generosidade de Deus que optou em compartilhar e doar generosamente o seu mais precioso bem e os essenciais da vida e seu sentido último. Nunca o tempo do Advento parece ser tão necessário como em nossos dias. O mundo anda temeroso, já não é um lugar tão seguro como pensávamos. O terror e os rumores de guerras, conflitos e animosidades ditam os rumos de economias, políticas e vidas pessoais ao redor do planeta. O mundo clama por tempos de paz. A tolerância e o politicamente correto parecem não conseguir estabelecer harmonia e concórdia entre os homens e as nações. O que o mundo precisa mesmo é reconhecer, acolher e celebrar o Príncipe da Paz, ouvir e entender o Evangelho da Paz, desejar e desfrutar a ‘Shalom’ de Deus que só o Messias Jesus pode dar. Beirute, Damasco, Bruxelas, Paris, Mariana, não importa de onde venham os tempos de terror e sofrimento, se dá sandice de um grupo de religiosos fanáticos, se de uma milícia formada por jovens secularizados e niilistas europeus ou se dá ganância e negligência das grandes corporações financeiras. Seja qual for à origem da dor o remédio será sempre o mesmo, Jesus nascer em nossos corações e neles reinar soberanamente para sempre. O Advento é um tempo para isso, exatamente para isso, para despertar, mobilizar, conscientizar aos homens de que a paz é possível, de que as armas podem ser transformadas em arado e em instrumentos de vida e de bênção. Que a paz e a prosperidade das nações não são uma utopia, mas uma pessoa, Jesus Cristo a quem aguardamos e por quem ansiamos para esteja muito perto o dia de sua chegada entre nós.

Rev. Luiz Fernando Dos Santos 
É Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil em Itapira

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