Presbiterado
“Peçam, pois, ao Senhor da seara que envie
trabalhadores para a sua seara" (Mt 9.38).
O
ofício de presbítero é coisa séria, seríssima. Temos que tratá-lo com a maior
solenidade possível e fazê-lo com critérios absolutamente bíblicos, de outra
maneira correremos um tremendo perigo e colocaremos em risco a saúde, a
segurança e a estabilidade espiritual da Igreja local. A palavra Presbítero que
vem do grego significa em termos gerais, ancião, uma pessoa madura e
experimentada. Necessariamente não tem muito a ver com idade cronológica, mas
com idade psicológica, emocional e de maneira especial espiritual. Uma
vocação ao presbiterado deve ser autenticada e reconhecida mediante alguns
sinais verificáveis por parte da Igreja local. O primeiro deles
evidentemente é a aspiração do candidato. Ele deve manifestar o desejo, a
ambição, a vontade de servir à igreja local na qualidade de presbítero. Esta
aspiração não pode ser levada a sério quando parte de alguém que viva na
periferia da vida comunitária. Não pode ser levada a sério quando o pretendente
demonstra não levar a sério a vida corporativa da igreja, quando não frequenta
com assiduidade os trabalhos da igreja, não prestigia o que as sociedades
internas programam, que não assume um ministério diante dos irmãos e que nunca
se interessou no discipulado pessoal de quem quer que seja. Mas, mesmo
quando estas coisas estão presentes, por si mesmas elas não justificam e nem
creditam o cristão para a função e o ofício de presbítero. Há outros elementos
igualmente importantes que devem ser verificados pela igreja. As Escrituras de
maneira especial 1 Timóteo 3 e Tito 1 não apresentam uma lista de alvos de caráter
que ainda devam ser atingidos. Está falando de qualidades já presentes. São
pré-condições para os presbíteros e não resultados pelos quais a igreja deva esperar que produzam ao longo do
exercício de sua vocação. Paulo indica que deve haver uma graça em atividade
em alguns homens para produzir certo tipo de vida piedosa
indispensável para a liderança servidora na Igreja. Identificar tal homem para
o presbiterado não consiste em levar em conta seu sobrenome, grau de instrução,
os diplomas que possa possuir ou situação financeira. Em vez disso, cabe a Igreja o
exercício glorioso de descobrir um depósito de graça capacitadora, graça que
resplandece na vida deles e se torna um sinal de que são chamados para o ofício
de apascentar as ovelhas. A igreja deve ter sempre em mente que nunca encontraremos
estas qualidades formadas perfeitamente em um homem. Mas, embora não formadas
perfeitamente, elas devem ser evidentes e serão em qualquer homem que é chamado
ao oficialato. Esta graça de Deus produz uma vida piedosa e essa vida piedosa
contribui para confirmar que o homem é de fato chamado. Alexander Strauch faz
este comentário em seu livro ‘Presbiterado Bíblico’: “Deus apresenta
qualificações objetivas e observáveis
para testar o desejo subjetivo do que buscam o ofício presbiteral. O desejo sozinho
nunca é suficiente; ele tem de estar unido com bom caráter e capacidade
espiritual” Que qualificações são estas apresentadas por Deus e que você tem a
obrigação de averiguar? Verifique se o candidato: 1. É Santo e irrepreensível
(1Tm 3.2,8; Tt 1.6,7); 2. Fiel a uma só esposa (1Tm 3.2; Tt 1.6); 3. Temperante
e sóbrio, moderado e não dado a rompantes e exageros (1Tm 3.2; Tt 1.6); 4. Respeitável e que tenha bom testemunho dos
de fora, isto é, se sua vida social e pública não compromete o crédito do Evangelho
(1Tm 3.2,7); 5. Hospitaleiro, acolhedor, afável, caridoso e sociável (1Tm 3.2; Tt
1.8); 6. Apto para ensinar a sã doutrina e refutar aqueles que se opõem a ela,
apegado a palavra fiel, que é segundo a doutrina. Numa palavra, além de
convertido deve ser maduro e capaz (1Tm 3.2,9; Tt 1.9); 7. Não
dado a bebedeira, porém sóbrio e moderado em todas as coisas (1Tm 3.3,8; Tt
1.7); 8. Cortês (educado e de bons modos), afável, não violento (inflamado de
pavio curto), não contencioso, arrogante ou intolerante (1Tm 3.3; Tt 1.7); 9. Não
amante do dinheiro, nem de ganho desonesto. Antes deve ter um coração liberal,
dadivoso e deve ser um amante do trabalho (1Tm 3.3,8; Tt 1.7); 10. Bom
governante de sua casa, ou seja, que pastoreie bem a sua igreja doméstica,
doutra maneira como cuidaria da Casa de Deus? (1Tm 3. 4-5; Tt 1.6); 11. Não
seja um novo convertido, antes tenha sido experimentado e aprovado na fé depois
de algum tempo de santa perseverança (1Tm 3.6); 12. Disciplinado, isto é, um
homem minimamente organizado e não relaxado e desmazelado com suas coisas e com
o que diz respeito a Deus e seus interesses (1Tm 3.8). A Bíblia diz mais sobre o que um presbítero deve ser do que sobre o que
ele deve fazer. Se ele não satisfaz as qualificações de moralidade bíblica,
não é apropriado para ser um Presbítero na Igreja de Deus. Pense nestas coisas.
Oremos para que encontremos homens assim
para o bem da família da fé.
Rev. Luiz
Fernando Dos Santos
É Ministro da
Igreja Presbiteriana do Brasil em Itapira
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