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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

MENSAGEM PASTORAL

Natal, mais que boas festas, uma Boa Notícia

“Como são belos nos montes os pés daqueles que anunciam boas novas, que proclamam a paz, que trazem boas notícias, que proclamam salvação, que dizem a Sião: O seu Deus reina!” (Is 52.7)


Da nossa compreensão do Natal depende em grande parte a vitalidade do Evangelho para a Igreja e para o mundo. O que está em jogo para os cristãos quando participamos de festas familiares, na empresa, na escola, em fim na sociedade à luz das comemorações natalinas? O que queremos dizer com “Feliz Natal”? O que de fato queremos comunicar quando fazemos votos de “paz e amor” para você e para os seus? Algumas outras palavras costumam ganhar evidência nestes tempos: fraternidade, tolerância, respeito, solidariedade, altruísmo, generosidade, caridade, ternura etc. Mas, quando um cristão usa estas palavras, ele possui o mesmo entendimento? Quer desejar a mesma coisa? Para nós cristãos o que está em jogo em cada Natal na verdade é o plano de amor estabelecido por Deus para resgatar a humanidade indolente, rebelde, pecadora, inimiga do bem e afeita ao mal. Uma antiga oração do tempo do Advento / Natal diz algo mais ou menos assim: “Ó admirável intercâmbio de dons entre os céus e a terra, que para resgatar-nos O Eterno assumiu a nossa natureza mortal e revestiu-nos de sua glória divinal.” Então, quando desejamos ‘Feliz Natal’ a alguém, seria o mesmo que dizer: “feliz, bem aventurado, ditoso e condescendente o amor de Deus que te alcançou em Cristo e que te reconciliou com Deus, de quem eras inimigo, desde os dias de Adão.” Desejar ‘Feliz Natal’ é o mesmo que dizer: “és de fato feliz porque Deus não poupou seu próprio Filho para salvar um escravo como tu, como eu.” E ainda, que fraternidade desejamos? Aquela construída e só possível a partir da comunhão com Cristo, da reconciliação com o Pai. Só podemos amar-nos e viver em harmonia quando a partir do mistério da Encarnação temos a percepção de encontrar e servir Cristo na face do nosso próximo, do nosso semelhante. Que tolerância e que respeito? Certamente não é com o pecado e com a maldade. Tolerância e respeito pelo diferente sim, pelo legitimamente diferente, cuja sinceridade pela busca da verdade e da justiça enseja de nossa parte largueza de alma e compreensão amorosa. O que de fato queremos desejar quando fazemos votos ou manifestamos o desejo de que o outro e o mundo vivam em solidariedade, altruísmo, generosidade e etc.? Manifestamos o desejo de que todos aprendam as lições do ‘presépio e da cruz’, lições como estas das Escrituras: “Se por estarmos em Cristo, nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude. Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens” (Fp 2.1-7). São estas as preciosas lições do Natal, pois o Filho de Deus encarnado ensinou-nos a viver com estas exigências irrenunciáveis: 1. Não nos deixar vencer pela ambição egoísta e pela vaidade. 2. Interessar-nos pelas causas alheias, o que é bem diferente de ‘nos meter’ na vida dos outros. 3. Andar pelos caminhos da humildade em relação a todos, jamais nos fazer crer como melhores ou superiores, mas como servidores. É nosso dever como cristãos não permitir que a Boa Notícia de João 3.16-18: "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus”, se esvazie e perca a sua força no emaranhado de palavras e de sentimentos sem peso, vazio, sem lastro, sem verdade e sem poder de transformar. O Natal deve ser uma proclamação. A proclamação do poderoso e insondável amor de Deus para com os homens, amor de um Deus buscador, como o pastor da parábola que sai pelos montes e campinas atrás daquela que se perdeu. Este é o espírito do Natal!

Reverendo Luiz Fernando dos Santos - Pastor da IPCI

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