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Gravação do Culto de Ações de Graças da IPCI do dia 28 de Novembro de 2013.
Outros programas e cultos também podem ser vistos acessando:
Michelangelo
definiu a beleza como a purificação do supérfluo, ou seja, a beleza é a
realização do essencial, nos remete à essência do ser, daquilo que é. A beleza
é a base unificadora do ser. Sem a beleza, não existe bondade nem verdade. Algo
para ser bom, além de verdadeiro, tem de ser belo. Algo que seja verdade tem de
ser bom e só pode ser belo. Como diria Dionísio o areopagita no séc. V: “A verdade, o bem e a beleza são três
lâmpadas ardentes de fogo e uma não vive sem a outra.” Vivemos numa
sociedade em crise em relação ao lugar da beleza em nosso mundo. Confunde-se esteticismo com beleza. Por
isso, a nossa sociedade conseguiu divorciar a estética da ética, procurando
assim maquiar a própria existência. Este divórcio entre ética e estética,
entre beleza e verdade, beleza e bondade, se verifica desde a Queda de Adão e
Eva e só fez aumentar o fosso entre as realidades. O pecado é a suprema fealdade. O pecado desestrutura, desorganiza, cria
caos e confusão, nos aprisiona, e avilta a nossa dignidade. A sociedade de
consumo é também a sociedade do supérfluo e do descartável, nada mais resiste á
ditadura da estética, quando passa a moda, o que era belo não é mais. Logo, a
verdade e a bondade também se derretem sob a bandeira do relativismo. É assim
com a noção de direitos e deveres. Os
homens e mulheres em situação de rua são ícones que dão forma a esta realidade
esquizofrênica que separa beleza, verdade e bondade. A “feiura” de seus rostos
sofridos e ameaçadores. O odor quase insuportável de seus corpos submetidos às
múltiplas violências do tempo, das privações, das drogas, do desprezo e das
próprias opções equivocadas na vida. A perturbadora presença deles ameaçando a
nossa paz revela o quanto estamos alienados. Jamais teremos verdadeira paz,
nunca nos encontraremos em real segurança, jamais desfrutaremos de maneira
libertadora e gozosa dos legítimos bens desta vida, enquanto continuarmos gerando
pela superfluidade homens e mulheres que fiquem à margem da sociedade e da
vida, como massa sobrante. Levantar muros, colocar cercas elétricas, construir
condomínios
Há um hino em nosso hinário que
gosto de cantá-lo repetindo vagarosamente cada palavra, como que saboreando o
sentido profundo e maravilhoso que cada uma possui. O hino em questão é o que
dá o título a esta pastoral “Grata Memória”. É o hino 64 do Hinário Novo
Cântico em uso na Igreja Presbiteriana no Brasil. A primeira e a quarta
estrofes me tocam de maneira especial: “Nunca
meus lábios cessarão ó Cristo, de bendizer-te, de cantar-te glória; Pois guardo
na alma teu amor imenso: Grata memória!” - e ainda: “Aos fortes braços eu corri confiante, meigo e bondoso, não me
recusaste; e em te imenso, suave amor, tão puro, me agasalhaste!” Não
saberia exatamente o porquê a melodia tocar tanto assim o meu coração, mas à
meditação demorada em cada expressão de cada estrofe, sempre me levam a
contemplar as maravilhas do amor de Deus. As grandes e maravilhosas
demonstrações deste amor para comigo nas mais variadas circunstâncias da vida.
De tanto cantar e meditar este hino aprendi uma lição imprescindível para a
minha vida espiritual que creio, deve ser importante para você também, uma vez
que possui fundamento bíblico. O cristão deve desenvolver a virtude de
colecionar e guardar na memória do coração as muitas e variadas bênçãos de Deus
em sua vida. Deverá guardá-las na memória afetiva e devota do coração.
Deverá abastecer a sua memória e treinar a sua mente em reconhecer e acessar
sempre que possível a recordação destas bênçãos. São a mente e o coração
abastecidos de gratidão, de memórias de gratidão, que nos animam e nos permitem
a iniciar um novo dia, recapitular a nossa
história,
A Bíblia fala da túnica inconsútil de Cristo (Jo 19. 23-24), isto é, uma
peça de roupa sem emenda e sem costuras, uma peça única, inteira, que não pode
ser dividida, a menos que se rasgue e venha a perder a sua utilidade. Desde
cedo os pais da Igreja (aqueles primeiros
homens logo após a geração apostólica que receberam de Deus a missão de
estruturar e organizar a vida eclesiástica, a liturgia e a teologia cristãs),
estes homens eruditos e piedosos viram
no sinal da túnica inconsútil o mistério da unidade da igreja de Cristo.
Contudo, o conceito ou a verdade da unidade nem sempre foi bem entendido pelos
cristãos. Há sempre a tentação de
desejar a unidade em termos de uniformidade disciplinar, de governança
ministerial, de liturgia e de cultura. Os grandes embates do cristianismo
histórico que dividiram a Igreja e a empobreceram orbitaram nestas questões. As
duas únicas possibilidades que validam uma divisão da igreja são: 1.
Quando os hereges e suas heresias colocam em perigo a saúde espiritual da
Igreja. Quando a malícia de seus erros
doutrinários, infecciona o corpo de Cristo com ensinos destrutivos,
desagregadores, rasteiramente humanos e egoístas, intentando oferecer fogo
estranho no altar de Deus. Quando a
liderança fiel e ortodoxa, quando os discípulos fiéis começam a perceber a
insinuação destas coisas é mais que seu dever, é uma questão de sobrevivência
separar-se deste grupo ou excluindo-os ou deixando-os. Não valem nunca as
divisões com base em desejos ou sonhos de autonomia e grandeza ministeriais. Muitas vezes as razões mais vis se
encontram escondidas atrás de uma
pretensa “visão” de