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segunda-feira, 30 de julho de 2012

MENSAGEM PASTORAL

Confissão

“Meu Deus, estou por demais envergonhado e humilhado para levantar o rosto diante de ti, meu Deus, porque nossos pecados cobrem a nossa cabeça e a nossa culpa sobe até o céu.” (Ed 9. 6).

A confissão sincera e confiante de nossas faltas, iniquidades e pecados é uma necessidade inarredável e mais, é uma questão de vida e de morte para o cristão. Viver na graça significa antes de qualquer coisa, viver em permanente estado de santificação e pureza, esforçando-nos por sermos agradáveis a Deus. As Escrituras Sagradas nos apresentam passagens memoráveis de confissão de pecados, seja de pecados pessoais ou pecados da nação de Israel. Quem não se recorda da audaciosa oração de Abraão em favor da cidade pecadora (Gn 18.16 ss)? Ou das dramáticas orações de Moisés intercedendo por Israel, rebelde e desobediente (Ex 32.11 ss)? Quem se esquece da amarga confissão de Davi após o episódio de Betseba expressa no salmo 51? Ou ainda as orações de Salomão (2Cr 6.12ss), Daniel (Dn 9) e Esdras (Ed 9. 6ss) clamando por misericórdia em nome de todo um povo de cerviz dura, rebelde e muitas vezes idólatra? Isto sem mencionar aqui o dorido choro de Pedro que deve ter sido acompanhado de vergonha e quebrantamento. Confessar é uma necessidade, uma questão de saúde, inclusive, como ensina o salmo 32. Um dos grandes perigos para o cristão do século XXI é que estamos inseridos numa cultura “filo-transgressiva”, isto é, num contexto sociocultural e político onde transgredir está na moda. Ir além dos limites, quebrar as barreiras dos limites éticos, viver num estado permanente de experimentalismo, forçando os limites para que o homem tenha mais que a licença, o direito de transgredir é a norma vigente. As novelas de TV e o cinema (as artes em geral) prestaram grande papel nesta “filo-transgressividade.” Foram aos poucos forçando os limites: Tudo começou com um rápido beijo na boca em novela no horário nobre (em se tratando de TV, mas no cinema o expediente foi o mesmo), depois vieram as relações instáveis, o primeiro descasamento e depois as segundas núpcias. As roupas aos poucos foram expondo “desinibidamente” os corpos e vieram os casais de mocinhos que destruíram casamentos e famílias para viver um grande amor. No final todos torciam para que isto acontecesse. Mais tarde, os limites foram forçados mais uma vez e apareceu em cena as primeiras personagens homossexuais, no início para a degradação dos próprios homossexuais que tem direito inabalável à sua dignidade e é bom afirmarmos isto aqui, as personagens eram caricaturais e patéticas. Depois vieram as “relações platônicas” e agora já podemos testemunhar casais homossexuais protagonizando novelas em horário nobre. Mas, a questão das drogas, da corrupção, da impunidade, do consumismo exacerbado, do hedonismo, da violência indiscriminada e a perda do valor da vida humana e a banalização da morte estiveram sempre em pauta. O grande problema em tudo isto é que aos poucos vamos  acostumando-nos com esta frouxidão ética e não nos incomodamos nem mesmo com o nosso próprio pecado. Por isso, confessar é tão importante para a saúde do cristão e para a pureza da Igreja de Cristo. Alguns passos são importantes para uma boa e frutuosa confissão: 1. Arrependimento sincero e senso de ter ofendido a Deus. Aqui é preciso suplicar ao Espírito Santo que nos entristeça e que nos faça chorar de dor pelo fato de que ao pecar desmerecemos o amor demostrada na cruz; 2. Escrúpulo de consciência, isto é, pesar bem, sem relativizar, sem racionalizar e sem justificar a falta. Tratar o pecado como ele é, seja uma sutil transgressão ou um pecado público. Todo pecado possui poder suficiente para fazer-nos enfermar e morrer. Não podemos abrigar na mente e no coração a consciência de termos transgredido e deixar por isso mesmo; 3. Desejo sincero de mudança de vida, desejo sincero de se obter o perdão e as forças restauradoras que ele contém, para dar um novo rumo à nossa existência. Fazer o compromisso de não mais pecar e mais, de não dar a oportunidade para que o pecado possa ser concebido e assim, evitar lugares, companhias, entretenimento e etc., que porventura possam corroborar para que a nossa pecaminosidade latente emerja em nossas opções e em nossos atos; 4. Reparar o mal feito. Restaurar as relações com Deus com o início de uma vida mais íntima e devocional, com a frequência regular e perseverante nos cultos, restituir de alguma maneira o que o pecado usurpou, seja a dignidade, a confiança ou os bens de alguém. Desejo de coração que aqui na IPCI os corações crentes e as almas santas não permitam jamais que o pecado encontre guarida e descanso em nossas vidas.

Reverendo Luiz Fernando 
 Pastor Mestre da IPCI

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