Charlotte Diggs "Lottie" Moon (12 de dezembro de 1840 -
24 de dezembro de 1912) era a quarta filha
de uma família americana de cinco meninas e dois meninos. Ela tinha apenas
treze anos quando seu pai morreu em um acidente de barco. Uma menina animada e
franca, Lottie era indiferente à sua educação cristã até sua adolescência. Seu despertar espiritual somente aconteceu após uma série
de reuniões de avivamento no campus
da faculdade.
Para surpresa da família, a irmã mais nova aceitou um
chamado para ir ao norte da China como missionária e Lottie logo sentiu um
chamado para segui-la. O período de serviço de Edmonia Lottie Moon foi breve,
pois não conseguiu suportar as pressões da vida missionária.
A maioria dos trabalhos de
missões naquela época era feito por homens casados, e Lottie logo se tornou
frustrada, convencida de que seu talento estava sendo desperdiçado e poderia
ser melhor aproveitada para o evangelismo e plantação de igrejas. Ela tinha vindo para a
China para "sair entre os milhões", como uma evangelista, apenas para
encontrar-se relegada para o ensino de uma escola de quarenta crianças. Ela se sentia acorrentada, e passara a
ver a si mesma como parte de uma classe oprimida - mulheres solteiras
missionárias.
Lottie empreendeu uma campanha
lenta, mas implacável para dar às missionárias a liberdade de ministro e ter
uma voz igual no processo de missão.
Em 1885, com a
idade de 45, desistiu do ensino e se mudou para o interior para evangelizar em
tempo integral nas áreas de P'ingtu e Hwangshien. A igreja
testemunhou um crescimento firme, onde foram convertidos mais de mil.
Muitas dos
escritos de Moon apareceram como artigos em publicações denominacionais, que
comoviam o coração dos batistas do sul dos EUA e também os impelia ajudar financeiramente
a obra missionária. Esses recursos permitiram que fossem enviadas mais mulheres
solteiras para viver na China.
Ao longo de sua carreira missionária, Moon enfrentou peste, fome,
revolução e guerra. Ela organizou um serviço de salvamento e pediu ajuda aos
EUA, mas sofreu recusa. A missionária contribuiu com seus bens pessoais e deu
todo o auxílio que alguém poderia dar, mas seus esforços pareciam
insignificantes em face de tão grande tragédia.
Nesse período, Lottie foi acometida de grande depressão, agravada pelo
fato de ter perdido a irmã, que se suicidou. Tal acontecimento fez com que não
quisesse mais comer, e um médico foi chamado, pois morria de inanição. Na
esperança de salvá-la, fizeram-se arranjos para que voltasse aos EUA, mas a missionária
faleceu a bordo do navio enquanto ainda estava no porto de Kobe, no Japão, aos
72 anos.
O que Lottie não pôde realizar em vida, consegui depois de morta. A
oferta missionária que ela iniciou com seus escritos foi repetida inúmeras
vezes, sempre com muito sucesso. Para as mulheres batistas do sul, Lottie se
tornara um símbolo de feminilidade cristã e do que as mulheres poderiam
realizar pelas missões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário