Bênção
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais
em Cristo” (Ef 1.3)
Vivemos em um mundo marcado pela maldição do pecado. As Sagradas Escrituras nos ensinam isso e a nossa experiência nos comprova todos os dias essa verdade. Claro, há muita coisa boa no mundo, a natureza continua, apesar dos ataques que sofre, exuberante e fonte de vida, saúde e prazer. As artes, a tecnologia e toda sorte de conhecimento tendem a tornar a vida humana mais prazerosa. Contudo, um olhar mais atento pode perceber a ambivalência de todas essas coisas e as inconfundíveis marcas da queda corrompendo, infectando e trazendo a morte exatamente por meio dessas realidades citadas. Quando lemos o livro do Gênesis nos capítulos de 1 a 11, encontramos ali a Queda do homem e a consequente entrada do mal e da morte no mundo, o homicídio de Caim, o dilúvio como punição sobre a maldade presente na humanidade e na criação e mais tarde, a flagrante desobediência e a arrogância presente no coração do homem, mesmo já tendo experimentado a punição. Todavia, a narrativa bíblica revela a disposição do coração de Deus em abençoar toda a criação e a humanidade. Já no Arco Íris, sinal visível colocado nas nuvens por Deus em sua aliança com Noé, o Senhor compromete-se a nunca mais destruir a criação, mas comunica que deseja preservá-la por meio das estações e do mandato cultural renovado com o seu servo. Em Abraão, na eleição do povo de Israel, encontramos um Deus determinado a abençoar. A punição não tem a última palavra no plano de Deus. A Aliança com Abraão e a promessa de fazer chegar a bênção a todas as famílias da terra é a solução dada por Deus para corrigir, restaurar, redimir e salvar o homem e a criação. E como Ele o faz? Por meio de seu povo. Esse povo deve carregar a promessa da bênção e a esperança de sua realização através dapromessa da bênção e a esperança de sua realização através da história. Em Jesus temos a plena realização dessa promessa e agora, por meio da Igreja, o Pai quer fazer chegar a sua bênção a todas as famílias da terra, a todos os povos, raças, línguas e nações. Essa bênção é Jesus Cristo, sua pessoa, seus atos redentores e seu Evangelho. A Igreja deve assumir-se como a portadora da missão de levar a bênção de Deus. Isso ela o fará por meio do engajamento missionário criativo, fiel, abrangente e apaixonado. Nosso planeta precisa da bênção de Deus. Vivemos dias confusos, desesperançados, com sombrias expectativas. A ecologia dá sinais de exaustão, de cansaço, fruto da ganância e da idolatria do dinheiro. E a resposta para esses dias está na bênção de Deus para as nações. O homem abençoado em Cristo há de assumir o seu propósito original de estar aqui na terra, cuidar da criação, zelar pelo jardim. A Igreja e cada cristão deve tornar-se a consciência viva, o testemunho consistente e o engajamento eficiente nas causas que defendam o meio ambiente e que promovam a sustentabilidade. É reconfortante saber que existem micros e macros movimentos nessas áreas. Saber que o ‘Greenpeace’, por exemplo, é uma iniciativa cristã evangélica nos dá grande motivação para o engajamento. A bênção de Deus quer libertar o homem da injustiça, da escravidão, das humilhantes condições sub-humanas. A bênção do Deus em Cristo deseja o fim das guerras, dos campos de refugiados, das torturas nos campos de prisioneiros e cadeias. O fim da marginalização da mulher e a exploração de vulneráveis. Aqui, graças a Deus, há cristãos igualmente envolvidos. A ‘Human Rights Watch’, uma agência mundialmente conhecida pela defesa dos direitos humanos, também possui inspiração original em um grupo de cristãos conscientes. Todavia, de todas as bênçãos com as quais o Pai está decididamente interessado em fazer chegar às nações, nenhuma delas tem mais urgência e necessidade do que o conhecimento de Cristo Jesus como único e suficiente Salvador. Nenhuma bênção é tão desesperadamente necessária do que as nações se colocarem sob o Senhorio de Cristo pela obediência da fé. Essa é a nossa identidade como o povo da bênção: “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9). Como Igreja em Itapira e para o mundo sejamos o agente pelo qual a cura da terra e do homem alcance a todos pela bênção do Senhor.
Reverendo Luiz Fernando
é Ministro da Palavra na Igreja Presbiteriana Central de Itapira
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