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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

MENSAGEM PASTORAL


De misericórdia em misericórdia
“A sua misericórdia estende-se aos que o temem, de geração em geração”( Lc 1.50).
A vida cristã é uma experiência de pura misericórdia. Misericórdia que podemos alargar a sua compreensão quase que exponencialmente. Não se trata apenas daquela bênção de Deus em lidar com os nossos pecados, com os sofrimentos que deles decorrem, de tratar com brandura a nossa rebeldia e derramar perdão sobre as nossas vidas. Misericórdia tem a ver com todos os recursos dados por Deus para fazermos a travessia desta vida em meio às muitas contradições, paradoxos e contingências de nossa experiência humana que escapam por completo de nosso controle. Gostaria de apresentar nesta pastoral pelo menos quatro grandes aspectos da presença da misericórdia em nossas vidas que podemos e devemos desfrutar e repousar confiantemente nela. 1. Ansiedade e medo do futuro. A misericórdia de Deus nos ensina que as necessidades de hoje serão supridas com as respostas para hoje. Que devemos ocupar-nos com um dia de cada vez: “Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã se preocupará consigo mesmo. Basta a cada dia o seu próprio mal" (Mt 6.36). Misericórdia aqui significa que podemos contar com o auxílio de Deus assim como os Israelitas contaram com o maná no deserto para sua porção diária de suprimentos numa terra inóspita: Lv 19.6; Dt 8.16. 2. Medo de sucumbir às provações. Aprendemos da misericórdia do Senhor que Ele mesmo não tenta, não induz a nossa ruína: “Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: ‘Estou sendo tentado por Deus’. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta” (Tg 1.13), mas Deus nos prova e permite a provação, a citação de Deuteronômio acima fala disso: “para humilhá-los e prová-los, a a fim de que tudo fosse bem com vocês” (Dt 8.16). Contudo, a mesma misericórdia diz que o mesmo Deus que prova ou permite a provação, providencia a força para a suportarmos e o livramento dela: “Não sobreveio a vocês provação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam provados além do que podem suportar. Mas, quando forem provados, ele lhes providenciará um escape, para que o possam suportar” (1Co 10.13). 3. Tempos de necessidades espirituais. A misericórdia nos ensina quem em tempos de sequidão da alma, frieza espiritual ou de qualquer outra necessidade, a misericórdia estará sempre a nossa disposição para suprir nossas carência com a Graça:    “Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade” (Hb 4.16). 4. Há misericórdia suficiente e para sempre. Esta é uma notícia maravilhosa. A misericórdia de hoje é para os fardos de hoje, para as tentações de hoje, para as necessidades espirituais de hoje. Todavia, ela não se esgota. Quanto mais nos recorremos a ela, quanto mais dela confessamos ter necessidade, quanto mais nela depositamos a nossa confiança, tanto mais ela abunda sobre as nossas vidas. E mais, colecionar misericórdias, tê-las todas na memória agradecida do coração é grande fonte de paz e consolação: “Todavia, lembro-me também do que pode dar-me esperança” (Lm 3.21) esta sentença foi proferida por um homem que conheceu abundância de tormentos, decepções e tristezas, o profeta Jeremias. Contudo não se deixou consumir por suas tristezas e aflições. Antes, trazia na memória as misericórdias do passado, se fiava nelas, cria inarredavelmente que Deus não muda, não sofre variações, é imutável em seu amor, logo, suas misericórdias também não mudam, não diminuem, não desaparecem, eis o que ele nos ensina: “Graças ao grande amor do Senhor é que não somos  consumidos, pois suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se a cada manhã” (Lm 3.22,23). Misericórdia nova para um novo dia. Misericórdia adequada para cada circunstância. Misericórdia em tempo, sem demora, para cada estação da vida. Quero convidá-lo a tornar-se conscientemente um dependente visceral da Misericórdia de Deus. Busque-a, deseje-a, conte com ela e também use em suas relações, afinal de contas o Senhor Jesus a requer também de nós: “Vão aprender o que significa isto: ‘Desejo misericórdia, não sacrifícios’. Pois eu não vim chamar justos, mas pecadores" ( Mt 9.13).
                                                                            Rev. Luiz Fernando        Pastor Mestre da IPCI

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