Regador
Domingo, 12 de junho
de 2016 – Tempo Ordinário – Lc 8. 22-25
I - Puxando pela memória: O lago da travessia do barco da cena em
questão situa-se a 200 metros abaixo do nível do mar e próximo à montanha, um
lugar propício para a formação de tormentas repentinas não ignoradas pela
maioria dos discípulos uma vez que eram pescadores de profissão. Talvez, alguns
deles já haviam passado por situação parecida e quem sabe conheciam histórias
desastrosas com vítimas fatais. A narrativa apresenta um início absolutamente
trivial, uma travessia de barco e um momento de descanso de Jesus na companhia
de seus amigos. A mudança rápida e violenta do tempo provoca igual mudança no
humor dos discípulos. À furiosa manifestação do vento e das águas encapeladas
revela-se um grupo de homens medrosos, inseguros e impotentes. Seguramente há
aqui a manifestação de uma cosmovisão que associe ao fenômeno natural uma
conspiração maligna. O fato é que Jesus está no barco e dorme profunda e
serenamente em meio à borrasca. Ao ser despertado Jesus manifesta o seu
Senhorio sobre a ordem criada, uma vez que tudo foi feito por meio dele e para
Ele. Sem Ele nada existiria, pois dele e para Ele são todas as coisas. Ao seu
comando a natureza inanimada prontamente obedece e a bonança logo se faz
sentir. O texto tem a intenção de revelar exatamente o Senhorio de Jesus quer
sobre a natureza quer sobre as influências que ela possa sofrer por iniciativa
do mal, segundo a cosmovisão dos discípulos. Jesus censura-lhes a incredulidade
e a falta de confiança porque a esta altura, depois de testemunhar tantas
maravilhas, deveriam estar descansados com a simples presença do Senhor. Há uma
inescapável aplicação aqui. O barquinho frágil da nossa vida também sofre
tormentas repentinas, ataques furiosos do inimigo e não raras vezes os temores
e os tremores, exteriores e interiores nos assaltam paralisando a nossa
caminhada. Aqui devemos nos dissemelhar dos discípulos e não imitar parte de
sua conduta. Somos convidados a descansar na certeza de nossa união com Cristo
e de sua presença em nossa vida e em nosso meio, como prometido, até a
consumação dos séculos. Todavia, se a impotência e o medo nos assaltarem,
imitemos então os discípulos, e “importunemos” e “acordemos” o Senhor. Como?
Pela oração, pelo clamor ingente e insistente, pela súplica contínua e pela confiança
em suas promessas. Estejamos seguros que ao som de sua voz, ao seu mandar, em
sua autoridade, não há tempestade que resista e a bonança logo vem!
II – Provocando: Quais são as situações que você mais teme e em que
circunstâncias você se sente mais frágil e impotente? Quando elas surgem você
tem a sensação que Jesus parece dormir ou estar ausente? O que você sente de
fato? Você se lembra e apela para as promessas dele? Você tem alguma
experiência concreta em que venceu o medo pela oração? Diga fatos concretos.
III – Bebendo na fonte: Leia as perguntas 178 a 186 do Catecismo
Maior e responda: Qual o ensinamento geral sobre a oração, sua natureza,
circunstâncias e motivações?
IV – Leituras Bíblicas: Seg.: Fp 4.6; Ter.: Lc 18; Qua.:
1 Jo 5. 14; Qui.: Cl 4.3; Sex.: 1 Tm 2.1,2; Sáb.:
Hb 13.15.
V – Hinos: Seg.:
HNC 141; Ter.: HNC 146; Qua.: HNC 254; Qui.: HNC 137; Sex.:
HNC 137; Sáb.: HNC 93.
VI – Literatura: “A séria
alegria da oração” – Richard T. Zulch. Ed. Os Puritanos.
Oração:
“Derrama, ó Deus, um espírito de oração e clamor sobre o teu povo, de
modo que quando as tormentas da vida se nos abaterem, nossos corações permaneçam
firmes e constantes nas promessas do Teu Cristo, na autoridade e no nome de
quem oramos, agora e sempre amém!” (Coleção a oração dos pobres – Paulus).