Déficit Missionário
“Abram os olhos e vejam os campos! Eles estão maduros para a colheita.
(Jo 4.35).
Neste exato momento, em todo o planeta, em todos
os povos e culturas, seja em meio aos animistas da África ou da Amazônia, sejam
os muçulmanos do convulsionado Norte da África ou do explosivo Oriente Médio,
ou os Hindus e panteístas da Índia, Nepal, China. Há também os “ateus” da
Coréia do Norte e os que vivem sob a ditadura do secularismo europeu ou do
consumismo americano, milhares padecem sem Deus, sem Cristo, sem Evangelho e
sem salvação. Aqui em Itapira centenas de pessoas, quem sabe milhares até,
passarão a eternidade no inferno, quantas vidas destruídas e sem sentido tanto
atrás dos altos muros da classe alta de nossa cidade, quanto nos casebres mais
simples da periferia, vidas estão sendo condenadas e enviadas para uma
eternidade de absoluto e radical sofrimento longe de Deus. Nossa tarefa é mais que urgente é quase desesperadora. Contudo, há
entre nós quem ainda ousa perguntar por que investir em missões? Por que
contratar missionários? Por que a igreja não poupa, não economiza este
dinheiro? Ora, o simples cogitar destas questões deveria nos encher de
vergonha, deveria levar-nos a ruborizar diante de Deus por tanta mesquinharia,
por tanta pequenez de alma e estreitamento de coração. Por que a igreja deveria
poupar, ajuntar dinheiro, ter reservas técnicas? Não somos uma entidade sem
fins lucrativos? O que faríamos com os rendimentos? Teríamos um templo mais
confortável, ou quem sabe investiríamos mais em entretenimento religioso ou nas
programações cujo alvo seria a manutenção da vida religiosa dos “já” salvos? É uma vergonha que usemos grande parte do
que arrecadamos durante o ano conosco mesmos e não investimos de maneira
planejada e organizada sim, mas também de maneira ousada e agressiva em
missões. O próprio Senhor Jesus mandou que orássemos pedindo trabalhadores para
a seara: “A colheita é grande, mas os
trabalhadores são poucos. Peçam, pois ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para a sua
colheita” (Mt 9.
37). As Escrituras ainda afirmam que o trabalhador é digno de seu salário.
Oxalá, pudéssemos contratar muitos missionários mais para abrir mais frentes de
trabalhos, criar, desenvolver e implantar muitos e diversificados ministérios
de assistência e promoção social, bem como plantar novas igrejas, semear novos
campos, enviar e sustentar mais missionários além de nossas fronteiras até os
confins da terra como ordenou o Senhor Jesus Cristo. O nosso déficit missionário começa em nossa falta de visão, de
compreensão, de amor, de paixão pelos perdidos. Nosso déficit só aumenta
quando cogitamos que não há necessidade de investimento em mão de obra
qualificada e quando muito poucos de nós arregaçam as mangas de modo voluntário
e profundamente comprometido com o Reino, a evangelização e a missão integral.
Graças a Deus os recursos não nos têm faltado, nem colaboradores leais e
generosos que sequer são contados entre os de nossas fileiras. Até mesmo homens
e mulheres alheios à vida de Deus têm colaborado e participado ativamente em
nossos projetos missionais. Na verdade, uma igreja que deseja cumprir a Grande
Comissão e viver em estado permanente de missões, que deseja obedecer ao Grande
Mandamento e testemunhar do imenso amor de Cristo, deve aumentar exponencialmente
o investimento de seus recursos em estruturas de saída, estruturas que nos
permitam ir ao encontro dos homens e mulheres perdidos no mundo e oferecer á
sociedade nossa contribuição vivendo com responsabilidade social nossa presença
e inserção no contexto onde estamos como igreja de Cristo. Evidentemente que
não deverá faltar ao Conselho sabedoria para investir também na edificação de
seus irmãos, respondendo ás demandas das sociedades domésticas e seus projetos,
bem como oferecendo educação cristã de qualidade e também eventos que propiciem
a sociabilidade e a fraternidade na comunidade. Também é dever dos administradores
manter a Casa do Senhor bem ornamentada, cuidada com decoro e decência. Mas, a tarefa inacabada da Igreja, o seu
mandato mais solene e inescapável é fazer missões, é ir ao mundo, é fazer
discípulos, é ensinar os homens a guardar e obedecer tudo que o Senhor ensinou.
Desde sempre a Igreja aprendeu que ela é missionária ou ela não é Igreja. Que
ninguém aqui olvide, ou investimos em missões e missionários ou não seremos
achados por fieis despenseiros do Senhor!
Rev. Luiz Fernando - Pastor
Mestre da IPCI
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