No princípio era o
ouvir...
“Ouça, Ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor (...) que todas
estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração.”
(Dt 6.4 ss).
Para Deus no princípio era a Palavra, o comando, a
ordem dada. Para o homem, no entanto, o princípio era a escuta, o ouvir
atentamente a Palavra de Deus. Assim como Deus criou tudo o que existe pelo
simples comando de sua Palavra, assim também no homem a vida espiritual é
criada pelo acolhimento da mesma Palavra de poder que criou o universo. 2013 e
2014 serão anos dedicados ao avivamento e á santidade na Igreja. Estas duas
realidades não podem ser de maneira alguma produzidas pelo homem. Não há como
delegarmos poderes a uma comissão que organize e execute um tempo de avivamento
e santidade. Estas coisas se pedem a Deus com fervorosa oração, com tempos de
jejum, quebrantamento, confissão e abandono de pecados, busca de santificação,
e claro, ouvindo e praticando a Palavra de Deus. Escutar a palavra de Deus é o
mesmo que obedecê-la: “Quando tirei do
Egito seus antepassados, nada lhes falei, nem lhes ordenei quanto a holocaustos
e sacrifícios. Dei-lhes, entretanto, esta ordem: obedeçam-me e eu serei o seu
Deus e vocês serão o meu povo.” (Jr 7.22-23) e ainda: “Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quanto
em que se obedeça a sua palavra? A obediência é melhor que o sacrifício.”
(1 Sm 15.22). Sem esta atitude de escuta e obediência não há como a vida
espiritual se realizar e desenvolver em nossa caminhada espiritual, tanto
pessoal quanto em comunidade. Para que haja este dinamismo do Espírito animando
e santificando a Igreja não podemos deixar de escutar a Palavra de Deus.
Escutá-la na assembleia litúrgica, escutá-la na oração individual e no estudo
diligente, escutá-la através dos hinos e ainda ressoando nas orações alçadas
aos céus. O próprio Senhor Jesus era um homem que dava toda a primazia à
Palavra de Deus: “Vocês não o conhecem, mas eu o conheço...mas eu o conheço [ o Pai ]
e obedeço a sua palavra” (Jo 8.55) e
em outro lugar: “...e digo ao mundo o que
dele [ o Pai ] ouvi” (Jo 8.26), “tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei
conhecido.” (Jo 15.15). Ora, se o próprio Senhor Jesus guardava e obedecia
a Palavra de Deus e dela derivava sua autoridade e seu poder para ensinar e
também enfrentar e vencer Satanás (Mt 4. 1-11), o que mais seria requerido de
cada discípulo? Estas são as instruções de Paulo ao jovem pastor Timóteo: “Aplique-se na leitura, na exortação e no
ensino” (1Tm 4.13 CNBB), ou seja é a assiduidade na leitura e no estudo, na
meditação e na escuta atenta da Palavra de Deus que permite ao Espírito Santo
falar à Igreja e aplicar em cada coração as bênçãos e as graças de Deus que dá
a vida e santifica o seu povo. Comecemos este tempo novo em nossa Igreja dando
primazia a audição da Palavra de Deus. Sejamos afeitos, zelosos, diligentes,
interessados, pelo estudo das Escrituras na comunidade e em casa.
Convençamo-nos de que: “a fé vem por se
ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a Palavra de Cristo” (Rm
10.17). Oremos fervorosamente a Deus pedindo a bênção de vermos uma nova
primavera de santidade em nossa Igreja. Santidade
nas famílias e nos lares como verdadeiros santuários e escolas de virtudes.
Santidade nos oficiais da Igreja, para que sejam como ícones viventes do Cristo
servidor do Pai e dos irmãos, santidade na vida e no ministério do pastor para
que pregue e ensine com a autoridade de que crê e vive o que ensina. Oremos sem
cessar para que nossas crianças cresçam amando a santidade de Deus e que nossos
jovens e adolescentes se enfeitem com esta mesma santidade para não se deixar
corromper pelo mundo. Oremos para que nosso culto tenha uma atmosfera
espiritual que nos faça sentir a misteriosa e poderosa presença de Deus quando
no reunimos para a adoração pública. Busquemos a Deus com sofreguidão, com
ânsias de amor, com deleite na alma e vejamos assim serem realizados os desejos
de nossos corações, desejos de paz, de mais vidas salvas e transformadas.
Contudo, não haverá zelo pela santidade de Deus, da Igreja ou nossa. Não haverá
a iniciativa da oração fervorosa e nossos corações não arderão de amor, não
teremos paixão pelos perdidos, se no
princípio de tudo, não estiver a escuta e a obediência à Palavra de Deus.
Ouçamos o apóstolo Tiago: “Sejam
praticantes da Palavra, e não simples ouvintes, enganando-se a si mesmos.” (Tg 1.22).
Rev. Luiz Fernando - Pastor
Mestre da IPCI
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