Encerrando o mês das Missões
“Abram os olhos e vejam os campos! Eles estão prontos para a colheita.” (Jo 4.35 b).
Estamos encerrando o mês dedicado às missões em nossa igreja. Termina o mês de celebrações, mas a tarefa permanece inacabada. Esses dias foram úteis para a reflexão, o aprofundamento de nossa consciência, a troca de informações e a aquisição de novos conhecimentos e de muita oração. O Centro Missionário dos Prados realizou em todos os sábados uma “viagem missionária” virtual com as crianças assistidas pelos irmãos missionários. A cada sábado dois países foram apresentados com as singularidades de sua cultura, aspectos políticos, religiosos e culinários. No Centro Missionário do Dela Rocha 1 demos já os primeiros passos para a efetiva implantação de nosso ministério com moradores de rua em cooperação com o CREAS e iniciamos também um tempo de estudos e treinamento em plantação de Igreja. Aqui na sede, em cada domingo, intercedemos e conhecemos um pouco mais de quatro países, um de cada continente e depois pudemos degustar das iguarias destes povos no momento de confraternização. Realizamos ainda a ação missional na Praça Bernardino de Campos com distribuição de Bíblias, folhetos e outros serviços de interesse da população. Tudo isso é muito interessante, faz parte de nossa estratégia para despertar a vocação e a obediência missionária, mas jamais podemos nos dar por satisfeitos. Missões e Evangelismos não podem ser reduzidos a programas sazonais na vida da Igreja, antes, deve ser o nosso estilo de vida e em tudo devemos estar num estado permanente de missões e evangelismo. Devemos aproveitar as nossas relações extra eclesiais, aquelas que se constituem no ambiente de trabalho, na escola ou mesmo por vínculos afetivos e de parentesco para testemunhar com gestos concretos e com palavras sábias o amor de Deus manifestado em Cristo Jesus. Temos ainda a obrigação de usar de nossas humanas habilidades, inatas ou adquiridas, como instrumentos á serviço do Reino. Nossa profissão (ou nosso dom) é a nossa vocação para servir aos propósitos de Deus neste mundo. Não precisamos receber um chamado peculiar, para ir á terras distantes e povos esquecidos nos confins da terra para entrar na atividade missionária. De fato, os que obedecem ao seu chamado e possuem inequívoca direção do Senhor, devem partir debaixo de nossas orações e contando com o nosso apoio incondicional. Mas, para aqueles que receberam o chamado para ficar e transformar a realidade como sal da terra e luz do mundo onde estão enraizados, não podem ser menos heroicos, menos audaciosos, menos comprometidos e menos preparados como os que partem para além-fronteiras. Bem perto de nós, ás vezes dentro de nossa casa, há um campo missionário. Pessoas escravas de vícios e superstições rasteiras e infames. Homens e mulheres afundando na torpeza e na imoralidade. Famílias dizimadas pela pobreza ou pela violência, vendo seus sonhos e planos serem abortados. A corrupção na política, a perversão da arte, a economia de exclusão, os ataques irracionais e irresponsáveis ao Meio Ambiente, a distorção do Evangelho em religião de escapismo e prosperidade. Tudo isso elencado são campos onde o cristão deve agir, por meio do engajamento efetivo e intencional de testemunhar a Cristo, seu evangelho, seu Reino e sua Justiça que transforma todas as coisas a partir de dentro, de suas estruturas mais íntimas, “fazendo novas todas as coisas” (Ap 21.5). Não há meio termo ou neutralidade, ou você é um missionário ou é um campo precisando de missões. Ou você é um instrumento santo e útil nãos mãos de Deus para abençoar vidas, ou é um paciente reclamando e ainda necessitando daqueles cuidados elementares e a na verdade essenciais, como o ter nascido verdadeiramente de novo. O mês missionário chega ao fim, mas as missões estão longe de terminar. O tempo urge, os campos já branquejam, apressemo-nos para a bendita colheita.
Reverendo Luiz Fernando
Pastor da IPCI
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