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sábado, 7 de fevereiro de 2015

MENSAGEM PASTORAL

Mundanismo
 “Eu rogo por eles: não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus” (Jo 17.9).


Uma das grandes tragédias da vida cristã de todos os tempos e mais infelizmente sentida em nossos dias, é a ignorância que os cristãos têm sobre sua real posição em Cristo. Por isso muitos deixam de desfrutar grandes e gloriosas bênçãos que muito os ajudariam a vencer muitas tentações, a suportar as tribulações e a serem consolados nas aflições. Não é a toa que não poucos crentes têm naufragado na fé ou vivem confusos e perplexos a sua condição de Filhos de Deus. Uma verdade imprescindível precisa controlar a mente dos que creem em Cristo, a verdade de que se encontram agora numa outra posição e categoria distinta dos demais homens. Isso não faz do cristão um ser superior ou melhor. Absolutamente não! Mas, a Graça de Cristo nele o fez um homem diferente, essencialmente diferente. Toda a humanidade pode ser classificada apenas em duas categorias essenciais e fundamentais. As outras distinções, embora verdadeiras e úteis para algumas áreas do saber, são finalmente contingenciais! Estas duas categorias são: os que pertencem a Cristo e estão radicados nele e os que pertencem ao mundo e estão enraizados nele. O cristão é uma pessoa separada do mundo. Dele foi separado pela vontade soberana de Deus em Cristo quando recebeu o Evangelho e a ele respondeu pela obediência em fé. Foi separado espiritual e moralmente do mundo, foi-lhe implantado na alma um princípio novo que governa, influencia e controla a sua vontade, as suas escolhas e que esclarece a sua mente e inteligência na perspectiva da glória e da vontade de Deus. Lendo-me alguém com certeza dirá: “aí vem esse cristão colocando-se num compartimento à parte, numa categoria separada”. Respondo: isso é perfeitamente correto. Não desejo ofendê-lo com minha declaração. Não me sinto, em absoluto, ofendido com o seu questionamento. Creio e assevero deliberadamente que não sou do mundo, não me envergonho desta minha condição. Mesmo porque, não fiz coisa alguma para estar onde estou ou para merecê-lo. Mas, uma vez que fui esclarecido desta verdade, não posso viver diferente disso. Mas, não pertencer ao mundo não significa fugir dele. Não significa não frequentar o cinema, o teatro, ouvir música, ler bons livros e etc. Não significa recolher-se em um mosteiro e abraçar a solidão da clausura. Pertencer ao mundo significa uma vida imaginada, sentida, vivida e orientada separadamente de Deus. “Ser do mundo” significa que alguém é governado pela mente, pela perspectiva e pelos procedimentos do mundo. E, as Escrituras ensinam com clareza que este mundo e todos que a ele pertencem são controlados pela perspectiva do maligno que não quer atribuir glória a Deus. E mais, os que pertencem ao mundo estão mortos espiritualmente: “Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência” (Efésios 2.1-2); e ainda: “Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente” (1 Coríntios 2.14). Esta era também a nossa condição antes de virmos a Cristo pela audição do Evangelho e sermos por Ele aceitos, agora, na condição de Filhos de Deus. Nossa vida era condicionada pelos contra valores deste mundo decaído e influenciado pelo mal: “Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens — não provém do Pai, mas do mundo” (1 João 2.15-16). Nós Cristãos fomos tirados do mundo e agora precisamos tirar o mundo de nós. A meta de nosso discipulado é assemelhar-nos a Cristo Jesus, ter os seus sentimentos em nós, possuir a sua mente, viver a sua obediência ao Pai e realizar com Ele na condição de cooperadores, a obra do Evangelho da Graça e a proclamação do Reino de Deus e a sua justiça. O que define um Cristão perante o mundo é que Ele vive a vida centrada em Cristo para a glória de Deus. O que não glorifica, exalta, magnifica a Deus não é digno de sua condição e posição em Cristo, logo, é mundanismo. “O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 João 2.17).
Rev. Luiz Fernando Dos Santos
É Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil em Itapira

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