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sábado, 24 de janeiro de 2015

MENSAGEM PASTORAL

Avivamento e Evangelização
 "Quando comecei a falar, o Espírito Santo desceu sobre eles como sobre nós no princípio”  (Atos 11.15)


Volta e meia escuto alguém dizer o seguinte: ‘os irmãos fulano e cicrano estão a frequentando a Igreja tal porque lá é uma igreja mais avivada’. Confesso que custo a acreditar que esta afirmação corresponda ao que as Escrituras e a história apresentam como sendo uma igreja avivada, despertada e entusiasmada pela presença e obra do Espírito Santo. Acredito sim que aquela Igreja possa ser mais espontânea, mais informal, mais humana até. Creio que a necessidade de sentir algo para provar e sustentar a própria existência e identidade do grupo leva a expedientes extravagantes e provocam certa euforia. Não estou aqui acusando ou recriminando, estou apenas considerando o que escuto e vejo por aí usando e abusando dos conceitos “avivado, avivamento e despertamento” e comparando com o que aprendo da Bíblia, da Teologia e da Tradição Viva da Igreja de Cristo sobre a terra e no caminhar da história. Uma Igreja avivada, de maneira geral, é uma igreja que experimenta uma profunda convicção de pecado. Que experimenta e condói-se por seus pecados, por sua indiferença espiritual, por seu desinteresse “nas coisas espirituais” é uma igreja que se acusa diante de Deus em lágrimas por ter esfriado o seu amor por ter-se acostumado ao formalismo da religião.  Onde há o verdadeiro avivamento num primeiro momento há mais pranto, choro, gemido, humilhação, boca no pó e confissão amarga de pecados do que qualquer outra coisa. Não há alegria fácil, descomprometida, aleatória e induzida no avivamento. É uma alegria que nasce da cruz, do calvário, do aspergir do sangue precioso de Cristo levando-nos após o quebrantamento e sentir, experimentar e considerar atentamente o perdão de Deus em Cristo. Uma Igreja avivada é uma igreja que valoriza, exalta, dá a maior atenção ao preço do perdão, às exigências que nascem desta condição de reconciliado e perdoado: uma vida de santificação. Não há que se falar de avivamento onde não há compromisso com Cristo, de quem recebemos vida e graça. Avivamento e santidade, em certo sentido, são termos intercambiáveis. No avivamento a igreja e o crente são levados a extasiar-se com a beleza da santidade de Deus, a considerar, contemplar, gozar e amar as excelências de Cristo. O crente e a igreja tomam consciência do Espírito Santo habitando e operando dando um santo comando às faculdades humanas inclinando-as para o deleite, interesse e apropriação dos bens espirituais, das verdades do Evangelho e da justiça do reino. Onde o avivamento está em ação o cristão e a igreja busca crescer no conhecimento objetivo de Deus e de seu plano de salvação. No avivamento a igreja privilegia o estudo das Sagradas Escrituras, tem apreço pelas doutrinas da Graça, aplica-se em estudar Teologia e deseja que lhe seja ministrada sermões expositivos, doutrinários, morais e práticos em detrimento a mensagens que só fazem massagear o já doentio e inflamado ego humano. Uma igreja avivada terá uma adoração vibrante e contagiante. Uma adoração emotiva, porém uma adoração racional que nos leve a cantar as Escrituras e a gostar de composições cujas letras descrevem as maravilhas do caráter de Deus, as perfeições de Cristo e seus ofícios, a missão e a natureza do Espírito Santo e não exalte simplesmente os desejos, carências e vaidades humanas. Esta adoração, numa igreja avivada, constrange e envia o cristão em Missão e sustenta o seu compromisso com a Evangelização. No avivamento nasce ou revive uma consciência de urgência quanto ao estado dos homens e mulheres do mundo, de nossa cidade, bairro, rua e família, alheios à vida de Deus e, consequentemente, debaixo de sua Ira. No avivamento temos pressa, tomamos consciência que o tempo urge e de que “Jesus está às portas”, de que os campos branquejam e que devemos nos apressar para a colheita. Aliás, semeadura e colheita são coisas concomitantes e sérias em dias de avivamento. Não podemos produzir esta intervenção maravilhosa de Deus no curso de nossa história. Avivamento não é uma obra da Igreja, de um ministério ou pastor. O Avivamento é uma missão pessoal e intransferível do Espírito Santo. Mas, podemos pedir, podemos desejar, podemos nos humilhar, podemos como que preparar os caminhos e podemos depois colher os frutos. Em 2015 não desistamos, vamos buscar, vamos pedir, vamos desejar que nossas almas sejam avivadas e nossa igreja experimente um tempo forte de graças e maravilhas.
Rev. Luiz Fernando Dos Santos 
É Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil em Itapira

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