Nós concordamos!
“Nada façam por
partidarismo ou por vaidade, mas humildemente considere os outros superiores a
si mesmos” (Fp 2.3).
O Novo Testamento dá testemunho de como as coisas eram
decididas na Igreja Primitiva. Este deve ser o padrão a ser seguido pela igreja
em todos os tempos. Sempre houve uma liderança organizada e estabelecida.
Sempre houve líderes mais ou menos expoentes. Claro, como na Igreja de Corinto
ou numa das Igrejas da Ásia com um tal Diótrefes (3Jo 1.9), também não faltaram
os problemas com o personalismo, o culto à personalidade e a sede de poder e
etc. Mas, apesar de tudo isso, as decisões mais importantes da Igreja eram
tomadas em conjunto, com a participação e a manifestação de todos, com a
moderação, condução e sabedoria da liderança constituída (Atos 15). Aprendemos
com isso que na Igreja de Cristo não há uma hierarquia ou uma casta especial de
crentes, não há ‘super cistãos’ ou pessoas que possuam uma unção tal que as
faça mais especiais que os demais irmãos. Todos gozam da unção fundamental de
pertencerem a Cristo, de terem recebido o batismo com Espírito Santo no dia de
seu novo nascimento. Todos, segundo o dom de Cristo e a medida da fé de cada
um, receberam dons espirituais, carismas, vocações e ministérios os mais
variados e todos complementares entre si (1 Co 12). Isso nada mais é do que uma
dimensão do sacerdócio universal dos crentes que capacita a todos os salvos a
servirem a Deus na Igreja e no mundo enquanto gozam da maravilhosa Graça de
tratarem com Ele na intimidade dos santos dos santos. Todavia, a Igreja
não é propriamente uma democracia. A democracia é um sistema político ‘menos
ruim’ que todos os outros e só. É um sistema que divide em partidos, grupos
rivais e nem sempre a maioria acerta em suas escolhas. Mas, como disse, é o
menos ruim de todos os outros já testados na história. A Igreja é uma TEOCRACIA, ou
seja, Deus está no governo e exerce ainda as funções de legislador e juiz. Mas
esta teocracia absoluta não anula, antes motiva a liberdade moral dos membros
da igreja, por isso lançamos mão de um dos expedientes da democracia, o voto
direto e a liberdade para escolher entre um e outro. Mas, há uma
profunda diferença, temos que estar de tal maneira amadurecidos e iluminados em
Cristo e pela Palavra que nossas escolhas e decisões sejam pautadas pelas
Escrituras e coincida com a vontade de Deus. Não podemos nos deixar
impressionar pelos predicados humanos. Não podemos nos deixar condicionar pela
lei da conveniência pura e simplesmente. Não podemos ter em mente o desejo de
agradar os homens (Gl 1.10). Antes, em tudo, devemos buscar em oração, jejum
(At 13), dedicação pessoal e estudo sério da Bíblia a direção desejada por Deus
de maneira especial quando se tratar da escolha de oficiais para o serviço de
liderar a Igreja. Devemos cultivar no coração o desejo de escolher os
escolhidos e eleger os já eleitos por Deus. “Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” (At 15.28) não significa que
o Céu concorda com a nossa escolha. Significa antes que soubemos escolher,
discernimos como auxílio do Espírito àqueles separados e apontados por Deus
para a obra. A Assembleia Extraordinária da Igreja para a Eleição de Oficiais é
uma instância de governo na Igreja Presbiteriana do Brasil e é coisa séria. Não
pode ser vista apenas como um ato administrativo, coisa que o é
definitivamente, o que por si só reclamaria zelo. Mas é muito mais. É um
ato de Igreja e um ato espiritual decisivo, pois a escolha de homens não
convertidos implicaria na eleição de ‘falsos mestres’ e o ensino de uma falsa
doutrina e a proposta de uma falsa ética. Falsos modelos “pirateiam” a igreja,
fazem caricaturas do Evangelho da Graça. Portanto irmãos amados e
queridos do Senhor, renovemos com zelo santo o desejo de exercer a nossa
autoridade e liberdade espiritual na escolha dos novos oficiais na Igreja ou na
renovação dos mandatos daqueles que o exerceram com seriedade e compromisso.
Façamos tudo sob o temor do Senhor e amor devotado à Igreja. Que nossos
corações concordem na terra e que estejamos de acordo com o que o Céu
estabeleceu. Não procuremos simplesmente o que nos interessa, mas nos
dediquemos também aos interesses coletivos (Fp 2.4). Que em tudo seja feita a
vontade de Deus para o bem da Igreja, a santificação de nossas almas e o avanço
do Evangelho no mundo. Soli Deo Gloria!
Reverendo Luiz Fernando
É
Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil em Itapira
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