Missão Jerusalém
“Pregue a palavra, esteja preparado a
tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e
doutrina” 2 Tm4.2
Continuamos a nossa reflexão sobre o tema das
Missões. Há muito li um livro com o seguinte título: “Ide e Evangelizai os
batizados”, infelizmente não me recordo o autor. Desde o título senti-me
provocado pelos pensamentos que ele me sugeriu à época. Mais de vinte anos
depois percebo olhando para a membresia da Igreja que o título e o teor do
livro, ainda são extremamente atuais. Soa-me ainda mais urgente do que naqueles
dias. Quando ouvimos sobre Missões e missionários, inescapavelmente nos vêm à
mente a imagem de lugares inóspitos, remotos, povos “atrasados”, pobres ou
escravos de algum sistema político ideologicamente ateu. Também possuímos um
conceito estereotipado sobre os missionários. Idealizamos um misto de mártir,
herói, aventureiro e em alguns casos, um despreocupado andarilho. De fato, os
confins da terra e os povos não alcançados permanecem alvos bíblicos das
missões: “Então, Jesus aproximou-se deles
e disse: Foi-me dada toda a
autoridade no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com
vocês, até o fim dos tempos" (Mt 28.18-20), também, os nossos
missionários possuem um chamado especial e necessitam em muitos casos uma unção
muito especial e uma poderosa “cobertura” de orações em face de não poucas
provações: “Pois não nos pregamos a nós
mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor, e a nós como escravos de vocês, por amor
de Jesus. Pois Deus que disse: "Das trevas resplandeça a luz", ele
mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de
Deus na face de Cristo. Mas temos esse
tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém
de Deus, e não de nós. De todos os
lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos
perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos. Trazemos sempre
em nosso corpo o morrer de Jesus, para que a vida de Jesus também seja revelada
em nosso corpo. Pois nós, que estamos
vivos, somos sempre entregues à morte por amor a Jesus, para que a sua vida
também se manifeste em nosso corpo mortal. De modo que em nós atua a morte; mas
em vocês, a vida. Está escrito: ‘Cri, por isso falei’. Com esse mesmo espírito
de fé nós também cremos e, por isso, falamos, porque sabemos que aquele que
ressuscitou ao Senhor Jesus dentre os mortos, também nos ressuscitará com Jesus
e nos apresentará com vocês. Tudo isso é para o bem de vocês, para que a graça,
que está alcançando um número cada vez maior de pessoas, faça que transbordem
as ações de graças para a glória de Deus. Por isso não desanimamos. Embora
exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados
dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo
para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim, fixamos os
olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é
transitório, mas o que não se vê é eterno” (2 Co 4.5-18). Todavia, em Atos dos
apóstolos 1.8 aprendemos a dinâmica
centrífuga das Missões, começando por Jerusalém até os confins da
terra. As missões começam em casa e ganha dimensões cada vez maiores. Tudo
começa onde estamos. Isto significa mais do que anunciar e testemunhar o
Evangelho aos nossos parentes não convertidos e amigos incrédulos. É também um
chamado para o realismo, pois, nem todos os membros da Igreja são de fato
nascidos de novo. Muitos aderiram honesta e sinceramente à igreja como
expressão religiosa, contudo, o conhecimento que possuem do Evangelho é tão
raso e superficial que ainda mantém um padrão de vida sob a luz da ética da
conveniência. Ainda pensam levar vantagem em tudo e a qualquer preço. Não
evidenciam o fruto do Espírito e nem possuem e desenvolvem os dons de serviço
com e para os irmãos. Ainda se dão por satisfeitos por serem consumidores de
religião. Precisamos pregar o Evangelho e
“missionar” em Jerusalém, certos de que: “a
fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo”
(Rm 10.17). Oremos pelos confins da Terra. Nos disponhamos a ir e a contribuir
para a conversão das nações. Preguemos com assiduidade também em nossa
Jerusalém!
Rev. Luiz Fernando
É Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil em Itapira
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