Convite à Alegria
“e o meu espírito se alegra em Deus, meu
Salvador” (Lucas 1.47)
Olha o carnaval aí gente! Chegaram os dias do
reinado de “Momo”. Um país inteiro se transforma nesses dias. Muito do pudor,
da timidez, dos bons costumes e do regramento moral parecem desaparecer. Não
obstante às muitas campanhas politicamente corretas, como “Sexo só com
camisinha” ou “Beba com moderação” e etc. que são tentativas patéticas, porém
necessárias, como uma espécie de mal menor, na busca de se diminuir os riscos e
consequentemente os possíveis danos à saúde física e a integridade moral, o
fato é que muitos enxergam na festa popular um convite à alegria. No contexto
do ocidente cristão o carnaval, a festa da carne, era um tipo de despedida e ao
mesmo tempo de compensação em detrimento das duras provações dos dias da
quaresma. Liberava-se, afrouxavam-se os cintos da “moralidade” e da moderação
próprios dos homens religiosos para que depois pudessem entender melhor através
dos exercícios espirituais da quaresma, como o jejum, as abstinências, as
penitências e os muitos votos, as tentações de Cristo, sua paixão, sua Cruz,
seu amor sacrificial e sua compaixão. Ao mesmo, tempo que o desfrute dos
prazeres no carnaval permanecesse como um pálido sinal daquelas realidades
gozosas do Céu. Evidentemente que esta interpretação está fora de moda,
desapareceu com o fim da Idade Média. A
cultura contemporânea reivindica outras leituras, é tempo de liberar geral para
uns, fazer protestos bem humorados para outros, revelar identidades secretas ou
escondê-las, ou simplesmente divertir-se, jogar fora o ‘stress’. O Carnaval não
é um problema nem um mal em si mesmo, mas o que o homem busca encontrar nele é
que é o problema. Se o que procura é a alegria não vai encontra-la no reinado
de Momo nem na festa da carne. O cristão é convidado à alegria. Um cristão
triste é um triste cristão e um contratestemunho ao Evangelho. Um cristão
recalcado, ranzinza, azedo, é imaturo e ainda não recebeu nem entendeu o Evangelho de modo pleno. A alegria é uma marca dos discípulos
de Cristo e todos que o receberam como seu Salvador pessoal receberam também a
ordenança da alegria: “Alegrem-se sempre
no Senhor. Novamente direi: alegrem-se!” (Fp 4.4), na verdade, ele aprende
desde sempre que sua força consiste exatamente na alegria: “Não se entristeçam, porque a alegria do
Senhor os fortalecerá" (Ne 8.10). Esta alegria é requerida para o
louvor: “Prestem culto ao Senhor com
alegria; entrem na sua presença com cânticos alegres” (Sl 100.2). É o
sentimento que Deus requer de nós em tempos de refrigério: “Uma vez que vocês não serviram com júbilo e
alegria ao Senhor, ao seu Deus, na época da prosperidade, então, em meio à fome
e à sede, em nudez e pobreza extrema, vocês servirão aos inimigos que o Senhor
enviará contra vocês. Ele porá um jugo de ferro sobre o seu pescoço, até que os
tenham destruído” (Dt 28.47-48). Logo, a alegria não é uma opção para os
que têm fé, mas uma condição existencial.
Não é uma alegria nascida da satisfação dos apetites da carne, ainda que
estes sejam legítimos e também desejados pelos cristãos, nos estritos limites
da Lei Moral. Não é uma alegria originada a partir das conquistas pessoais e da
prosperidade material, ainda que estas coisas não sejam ilícitas e nem
proibidas aos discípulos de Cristo. O
convite à alegria a que somos chamados é aquela que é o desenvolvimento do
fruto do Espírito Santo presente, atuante e santificante em nossas almas: “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria,
paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade” (Gálatas 5.22). A alegria
como fruto espiritual é oportuníssima para a reflexão do cristão. Pois, nenhum fruto desenvolve-se à parte do
outro. Mas, como “gomos” de uma mesma fruta, só saboreamos a liberdade dos
Filhos de Deus e a plena alegria, se cultivarmos também o amor casto e
sacrificial uns pelos outros, se nos empenhamos em construir a paz nas relações
sociais, jamais prejudicar o próximo e nunca negar-lhe o bem. Só há alegria
verdadeira quando desenvolvemos um espírito de tolerância, longanimidade,
respeito e paciência para com os que não concordam conosco, ou não aceitam as
nossas posições e ainda criticam o conteúdo e o objeto de nossa fé. A alegria
prevalece quando somos amáveis com todos, realizamos gestos de bondade sem ver
a quem e vivemos em fidelidade. Fiéis no casamento, no namoro, no cumprimento
do dever, no respeito às leis e as autoridades. Fiéis em fim a Deus. Não se
deixe enganar, se o que você procura é alegria você somente pode encontra-la em
quem a pode dar: Jesus, O Rei da Alegria que ninguém pode roubar e que não tem
dia para acabar! Experimente a Jesus sem moderação!
Rev. Luiz
Fernando
Pastor da IPCI
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