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sábado, 17 de novembro de 2012

MENSAGEM PASTORAL


Igrejas Modelos
 “Da multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração.”     (At 4.32).


Muitas Igrejas se apresentam ou são apresentadas no mundo hoje, como modelos de comunidades cristãs a serem imitadas. É bem verdade, que na grande maioria, este modelo é o da simples quantificação de membros. São aquelas igrejas que experimentaram um crescimento para muito além da média comum e das expectativas comuns. Implantaram métodos e criaram mecanismos dos mais variados para atrair, fidelizar e multiplicar os seus membros. Conheço casos em que o crescimento deveu-se ao estacionamento da Igreja. Estacionar o carro em lugar seguro e confortável não é uma necessidade só das grandes cidades. Mas, atribuir o crescimento da Igreja, como o requerido e determinado nas Escrituras à comodidade de um estacionamento é algo no mínimo fora de sentido. Muitas comunidades experimentaram crescimento se utilizando do martketing. E, nós sabemos, qual é a tática deste expediente, criar falsas necessidades! Criam um ambiente favorável, amistoso, dão uma repaginada na figura do líder e de seu staff e produzem um cenário e um programa altamente convidativos. Outras igrejas afirmam que seu crescimento deveu-se ao investimento que fizeram em relacionamentos. Concentraram todas as suas melhores energias em produzir e criar mecanismos e ambientes para o desenvolvimento do caráter e do amadurecimento por meio de relacionamentos saudáveis. E, por fim, muitas igrejas direcionam seu foco para grupos seletos, mais homogêneos, como intelectuais, endinheirados, empresários e empreendedores e etc. E, assim criam programas de estudos, dinâmicas de grupo e de vida onde fica mais fácil compartilhar o evangelho entre os iguais, onde todos se sintam bem, jamais agredidos ou deslocados socialmente. Eu, de minha parte, gosto de outro grupo ou tipo de igrejas modelos. Gosto da Igreja de Jerusalém em Atos 2.42-47, onde todos eram perseverantes na doutrina dos apóstolos, eramsolidários, fraternos e acolhedores. Aprecio muitíssimo a Igreja de Atioquia, de Atos 13.1-3. Uma Igreja rica em dons e ministérios, fervorosa e comprometida com missões. Outra Igreja pela qual nutro grande admiração é a de Beréia, Atos 17.11 ss. Uma Igreja Bíblica e comprometida com a veracidade do ensino das Escrituras, por isso mesmo uma comunidade nobre. Fico impressionado com a Igreja de Roma dos séculos II e III com seus filósofos cristãos como Justino, por exemplo. Com seus grandes pastores, entre eles Lino e Clemente. Com seu admirável serviço diaconal sob a liderança de Lourenço. Todos os citados nesta minúscula lista tombaram como mártires por sua fidelidade a Cristo. Sou cativado pela Igreja de Constantinopla nos dias de João Crisóstomo, no séc IV, que jamais se intimidou frente às ameaças de Teodósia, denunciando os desmandos da corte, o empobrecimento do povo, enquanto anunciava a justiça do Reino. Dando um salto nos séculos, como esquecer a Igreja de Genebra, seu pastor Calvino, sua Academia e seu Hospital Geral? Ou a Igreja Morávia, sob a influência do Conde de Zinzendorff em estado permanente de Missões por um século inteiro? E a Igreja presente em Londres e suas sociedades missionárias para o interior da África e da China? E, evidentemente, não poderia esquecer-me das Igrejas Norte-Americanas se seu ardoroso e quase ininterrupto envio de missionários para todas as partes do planeta nos últimos 170 anos. Mas, o que estas igrejas citadas guardam em comum e porque seus nomes se tornaram célebres na história da Igreja de todos os tempos? Algumas pistas: 1. Eram comunidades de pessoas apaixonadas pela pessoa do Senhor Jesus. Uma comunidade de pessoas que tinham uma experiência dramática de conversão, de abandono dos ídolos de um novo nascimento por meio de um parto doloroso. 2. Eram Igrejas que aprenderam a ler as Escrituras de maneira pessoal, onde isso já era possível, mas sobretudo cultivaram a celebração da Palavra de Deus em comunidades de fé, procurando aplicar o que aprendiam no cotidiano de suas vidas. 3. Eram comunidades sensíveis, atentas e abertas aos clamores do mundo. Não estavam fechadas sobre si mesmas, não perdiam muito tempo com questiúnculas, e olha que elas existiam, mas tudo era tratado à luz das Escrituras, sob o parecer e com a concordância do Espírito Santo. Por isso mesmo o desgaste com estas querelas nem sequer chegavam a prejudicar a missão. 4. Todas eram possuídas pelo senso de urgência com a tarefa inacabada, a iminência da volta de Cristo e a presença “já e ainda não” do Reino entre nós. Sonho com uma Igreja onde cada membro e a liderança em especial nutra em seu coração e viva como sua vocação o ideal de sermos nós também uma igreja modelo.
                          Reverendo Luiz Fernando
Pastor Mestre da IPCI

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