495 anos da
Reforma Protestante: Os Puritanos.
“Entretanto, o firme fundamento
de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem.”
(2Tm 2.19 ARA).
Outubro é tradicionalmente o mês dedicado às
comemorações do Dia da Reforma Protestante. Na verdade, o dia 31 de outubro
marca o estágio de amadurecimento de um espírito surgido no seio da “Igreja
Única”, cujos nomes podem ser aqui declinados: Pedro Valdo, Bernardo de
Claraval, Francisco de Assis, Jassen, Savanarolla, Huss, Wicliff e etc.
Luthero, na verdade, é um rebento, como disse, amadurecido, pronto pra eclodir
o desejo de Reforma da Igreja, por uma volta ao cristianismo puro e simples.
Uma volta ao Evangelho vivo, uma redescoberta das Escrituras como palavra de
Deus, única autoridade inerrante e infalível em matéria de fé e moral. É
verdade que já exploramos em outras ocasiões como esta os outros desdobramentos
da Reforma para além do âmbito eclesial e religioso. Vimos toda a contribuição
dos reformadores nos campos da educação, política, desenvolvimento das artes e
das ciências e por aí vai. Nomes como Comenius, Calvino, J. Sebastian Bach,
Newton, S. kiegaard, e etc. orgulham as nossas fileiras. Este ano queremos
homenagear outro grupo de homens, à vezes, mal compreendidos até mesmo nos
círculos evangélicos. Homens que continuaram e aprofundaram o lema da Reforma:
“Igreja
Reformada sempre se reformando.” Falamos dos Puritanos. No princípio
este título não era nada honroso. Pelo contrário era um estigma social e
religioso, algo muito parecido com é usada expressão “fariseu” nos dias de
hoje. Certamente houve quem exagerasse em seu zelo e disciplina no século XVII
entre estes homens. Certamente deve ter havido entre eles quem não vivesse bem
a sua própria fé e ética. Contudo, nada apaga a imensa contribuição dos
puritanos para a Reforma e para a sociedade em geral. Os puritanos eram homens,
em sua maioria, escoceses e ingleses. Dissidentes, também em sua maioria da
Igreja Anglicana, letrados, bem educados, em sua maioria de situação econômica
estável e politizados. Eram
contra o absolutismo monárquico, aspiravam um sistema de governo democrático para
a sociedade e para a Igreja. Muitos se fizeram presbiterianos e congressionais. Amavam e defendiam a santidade de Deus e a própria. Eram escrupulosos
em investigar a própria alma e consciência para encontrar nela algo que
desagradasse a Deus. Eram assíduos leitores, estudantes e ouvintes das
Escrituras. Amavam o sermão expositivo e experiencial da Bíblia e praticavam
uma religião de experiências da união vital com o Senhor Jesus e da aplicação
concreta dos preceitos Bíblicos. Os puritanos tinham em alta conta o trabalho, a
família, a sacralidade do matrimônio e a santidade da vida humana. Cultivavam
relacionamentos e amizades castos, levavam vida frugal, não triste ou avarenta.
Se interessavam e participavam da arena política e investiam em pesquisa, ciência
e em educação. Seu desejo de liberdade religiosa e política levou-os a
colonizar a América do Norte e a fundarem os Estados Unidos. Os próprios
norte-americanos reconhecem que na gênese de seu país está uma revolução
puritana ou como dizem também, presbiteriana. Homens da estirpe de: J.
Owen, Thomas Watson, Willian Ames, Richard Baxter, J. Bunyan, willian Perkins,
j. Flavel e Thomas Goodwin lutaram heroicamente pela purificação da
Igreja e pela pureza de vida dos homens da Inglaterra. Por quase 200
anos, nos Estados Unidos da América, os nomes de Richard Mather, John Cotton,
Cotton Mather, Thomas Hooker, Willian Bradford, John Elliot e J. Edward,
exerceram verdadeira autoridade e modelaram a cultura daquele imenso país. Ao
homenagearmos este importante e lindo capítulo de nossa história protestante
queremos pedir a Deus que a vida destes santos do passado nos inspire também na
busca de santidade, pureza e compromisso de transformação do mundo, da
sociedade, da cultura e etc. pelos altíssimos padrões das Escrituras. Não se
trata de saudosismo, muito menos de um arqueologismo descompassado com o
contemporâneo. Cabe-nos, com humildade no tempo que se chama HOJE, termos nós
também a coragem de desfraldar a bandeira de tudo o que é digno de um Deus
tremendamente SANTO. Talvez, seria melhor nos convencermos disso lendo Fp 4.8,9. Boa leitura e que Deus lhe dê
santas aspirações.
Reverendo Luiz Fernando
Pastor Mestre da IPCI
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