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terça-feira, 27 de março de 2012

MENSAGEM PASTORAL


Submissão – Segunda parte

“Sujeita-vos, pois, a Deus; resisti ao Diabo e ele fugirá de vós.” (Tg 4. 7).

Na espiritualidade cristã, com solida fundamentação bíblica, liberdade e submissão não são termos que se excluem, antes, se exigem para que haja verdadeira paz no coração. Quando as duas coisas estão em oposição há um desequilíbrio patológico, pois se a submissão for entendida e ensinada em termos legalistas, corremos o risco de viver um formalismo religioso estéril, uma busca de perfeccionismo farisaico, criamos uma atmosfera hostil e gélida, sem caridade, um ajuntamento de acusadores cruéis e sobretudo um espírito de derrotismo e pessimismo toma conta do nosso coração ante a impossibilidade da perfeição pretendida. O legalismo cria mentes escrupulosas e obsessivas. O contrário disso é o antinomismo, ou seja, uma vida sem leis, sem regras, sem limites. Aqui também as coisas não são melhores, almas ficam febris sempre desejosas de novas experiências, nunca satisfeitas, passamos a desenvolver um apetite voraz em busca de prazer e sensações gozosas. A liberdade sem limites produz homens e mulheres não menos cruéis. Aliás, em tudo são até mais perigosos que os legalistas. Nada põe freio ou intimida a sua necessidade de autossatisfação. Como dizia Dostoiewiski: “Se não há Deus, então tudo é permitido.” Os extremos são assim sempre perigosos. A submissão requerida por Deus e ensinada nas páginas das Escrituras diz que não há maior liberdade do que sujeitar-se de coração à condução e ao governo de alguém que não pode errar, que não faz cálculos e que não trabalha com probabilidades. Deus não “joga dados”, não faz apostas e jamais promete o que não pode ou não quer cumprir. Esta submissão da vontade e este acatamento da autoridade de Deus é um ato de fé e é justamente aqui a vantagem do cristão. Pois, ao sujeitar-se amorosamente a Deus, este recebe do Senhor uma autonomia libertadora, isto é, capaz de descentralizar a vida de seu ego inflamado, de não mais vitimizar-se frente aos dissabores da vida, passa a desenvolver uma gratidão quase incontida porque conhece os planos amorosos de Deus, mesmo que eles sejam inescrutáveis. Não se deixa prender pelo fatalismo inocente mas imobilizador, antes aprende a integrarem sua vida as dores, as perdas, as derrotas em algumas batalhas como um processo de humanização e de abertura espiritual, o que evita endurecimento de coração, embrutecimento dos sentidos e a amargura endêmica da alma. Evidentemente, Deus não violenta a consciência e nem mesmo a vontade de suas criaturas. Longe disso, fomos criados como sujeitos morais, logo, somos responsáveis por nossas escolhas livres. Por isso mesmo quando optamos por viver ao sabor de nossos caprichos passamos a viver centrados na busca de dar sentido e gozo a nossa existência e nas dificuldades passamos a desenvolver a síndome da vítima do universo, acreditamos que para nós tudo é mais

Reverendo Luiz Fernando
Pastor Mestre da IPCI

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