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segunda-feira, 5 de março de 2012

MENSAGEM PASTORAL

O Cristão e a Vida Pública como Vocação ao Serviço
“Se seu dom é servir, sirva (...); se é exercer liderança, que a exerça com zelo.” 
(Rm 12.7,8 NVI).

A semana passada falamos algo a respeito do cristão e a política e o relacionamento, não sem tensões, entre a Igreja, os Políticos e o Estado. Hoje, gostaria de tratar do cristão e a vida pública como uma vocação ao serviço. Envolver-se em política, seja na vida partidária, na administração pública ou nos fóruns de discussão de políticas públicas e desenvolvimento social, requer uma especial vocação para o serviço do bem comum. Aos interesses pessoais devem antepor-se aqueles do interesse coletivo e do bem comum. A própria palavra República, do latim res-publica (coisa pública), reclama uma atividade que visa o bem de todos. Infelizmente as ideologias partidárias sofrem não poucas vezes  tamanho derretimento ético em nome do pragmatismo, do fisiologismo e da tal governabilidade, que as legendas partidárias quase não têm o que dizer hoje. Com raríssimas exceções expressam uma visão de mundo diferenciada e um projeto de vida comum verdadeiramente alternativo. O que vemos é sempre mais do mesmo e o continuísmo de muitos vícios. A alternância de Poder quase nunca indica mudança de rumos, infelizmente. Todavia, há sempre algo que pode ser feito além de lamentar e criticar. A primeira coisa que como cristãos organizados em Igreja podemos fazer é desenvolver bem a nossa cidadania plena, nos interessando e nos envolvendo pelas questões mais relevantes de nossa cidade: A questão do lixo, do meio ambiente, da violência e das drogas, a proteção da infância e juventude, o cuidado com a terceira idade, o desenvolvimento da atividade econômica e o mundo do trabalho, a saúde pública e etc. Existem muitos fóruns abertos ao debate e à troca de experiência e muitas vezes não nos fazemos representar em nenhum desses lugares. Desde o paraíso o homem recebeu a comissão dos mandatos cultural e social: Gn 1.27-30;  Gn 2. 15-25. Somos responsáveis pelo lugar onde estamos vivendo, aliás, é de nosso interesse que a sociedade onde estamos inseridos prospere: 1Tm 1-2. A segunda maneira de exercermos a nossa cidadania é justamente na hora do voto. A Igreja não está vinculada a nenhum partido ou candidato, nem poderá referendar este ou aquele candidato. O voto é uma prerrogativa pessoal e intransferível, é um direito inalienável. Por isso, como cristãos o nosso voto deve ser bem pensado. Não podemos ser levados a fazer escolhas com base na simpatia, amizade, dívidas pessoais de natureza moral, e em mesmo parentesco. A escolha de nossos representantes não deveria ser tratada levianamente como falamos de futebol ou qualquer outra paixão desimportante. Devemos ter critérios objetivos. A Lei da Ficha Limpa já é um bom instrumento. A vida pregressa deve sim ser levada em conta. Contudo, existem outros elementos, como a capacidade de legislar e fiscalizar para os vereadores, com discernimento para fazer oposição a posições administrativas e opções de natureza política e nunca oposição à cidade, dificultando aquelas ações que vindas do outro lado beneficiariam a toda a coletividade. Não é inteligente e nem honestamente intelectual fazer oposição ao bem só porque um adversário político teve a iniciativa. Fuja de candidatos assim, eles não estão pensando em você. Para o prefeito o que se exige dele é capacidade administrativa e visão. Não basta ser bom administrador, o que já seria uma bênção. Deve possuir visão quanto ao futuro e priorizar também aqueles investimentos que pavimentarão o desenvolvimento para muitos anos depois de seu mandato. E claro, desconfie de todo candidato que se arrogar honesto como se isso fosse uma virtude e não uma obrigação. Escolha alguém que faça questão de transparência em sua vida, como diria a mulher de César: “Não basta ser honesto, tem que parecer honesto.” Como você pode ver, nós cristãos devemos participar ativamente dos rumos políticos de nossa cidade. Não abraçamos nenhuma ideologia como se ela fosse definitiva. Não apoiamos nenhuma candidatura e nem indicamos em quem você deve votar. Apenas delineamos o perfil de alguém com vocação para o serviço e não pelo poder pura e simplesmente. E lembre-se sempre, voto não tem preço, mas tem consequências!     
Reverendo Luiz Fernando
Pastor Mestre da IPCI

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