No alvorecer de uma nova Reforma
“Eis que faço novas todas as coisas.” (Ap 21.5 b ).
Comemoramos hoje de modo antecipado (31.10), os 494 anos dos inícios da Reforma Protestante. Aquela ocasião, como outras na história do povo santo, foi uma visitação da parte de Deus para a purificação, restauração, ordenamento e um movimento de retorno às fontes do cristianismo: As Escrituras Sagradas. Estes são os sintomas que a Igreja e a vida cristã apresentam quando uma Reforma se faz necessária: 1. Quando o acúmulo de tradições, costumes, práticas e convenções humanas começam a se rivalizar e até mesmo suplantar a Bíblia como única regra de fé e prática e como o princípio regulador do culto; 2. Quando a interpretação e a aplicação das Escrituras sofrem uma acomodação cultural, quando a pregação precisa ser adaptada aos novos tempos, ao politicamente correto, quando um espírito de tolerância para com o erro, o pecado e a mentira aconselham uma exposição da Bíblia mais palatável e simpática; 3. Quando a separação moral do Povo de Deus já não se faz percebida pelo mundo. Quando o secularismo e a mundanidade enquanto conceito e método são aplicados ao ser e ao viver da igreja e do crente. Quando a comunidade dos discípulos já não se sente afrontada pelo pecado de seus filhos; 4. Quando a Igreja se isola em sua religiosidade de escapismo e “mistério”, quando a vivência do culto e da espiritualidade se tornam alienantes e impedem a Igreja e o crente de se inserirem no mundo como sal, luz e fermento, para realizar a sua missão de levar ao Senhorio de Cristo a totalidade da existência humana; 5. Quando o culto é pensado, a priori, para dar contentamento e prazer aos adoradores, sacrificando no altar da aprovação humana o que é de Deus por direito exclusivo; 6. Quando um crente e uma Igreja passam a concordar que estes pontos acima descritos, sentem-se incomodados em sua consciência e passam a clamar por esta Reforma, por esta intervenção de Deus, que pode ser como num reavivamento, num movimento de purificação da Igreja ou como nos dias de Luthero e Calvino, que passe também por suas estruturas e organismos. O importante é que Deus venha ao encontro de nossas necessidades e demandas. Estes sintomas já podem ser criticamente sentidos na Igreja de Cristo em todo o mundo. Algumas parcelas dela já agonizam ou estão mortas sobre os escombros de uma sociedade secularizada, pós-moderna e pós-cristã, como a França, Holanda, Bélgica. Outras já apresentam quadros preocupantes de distrofia progressiva com a ordenação de homossexuais, como é o caso das Igrejas Luteranas na Alemanha, Suécia e Noruega, das Igrejas Presbiterianas nos Estados Unidos e Escócia e do Anglicanismo na Inglaterra. Mais que um abandono, uma afronta a autoridade de Deus nas Escrituras. No Brasil, o sincretismo religioso pode ser encontrado em muitas expressões evangélicas: Cultos de “descarregos”, banhos de purificação, sal, água, óleo bentos, medalhas e patuás para “dar sorte” e “fechar o corpo” contra o inimigo. Há ainda, aquelas superstições mais primitivas, como o lenço usado por tal ministro, ou tocar em seu suor sagrado ou trazer na carteira a sua fotografia...fogueiras santas e portas da felicidade. Muitas cruzadas são verdadeiros shows, com produções caríssimas para a auto-promoção de dado ministério ou ministro, com ensinos de auto-ajuda manipulando a Bíblia com conceitos superficiais de uma psicologia um tanto rasa. Mas, graças a Deus, há um grupo resistente, nadando contra a maré, fiel, desejoso de que novos ventos soprem sobre o vale de ossos ressequidos. Um grupo indignado com sua humana impotência frente aos fatos. Um grupo indignado com a falta de sensibilidade tanto de seus pares, como com a infiltração de lobos, mercenários, falsos mestres e falsas doutrinas. Graças a Deus que há um grupo, não sei quantos, nem onde todos se encontram, aspirando e desejando que Deus venha e coloque as coisas em ordem, no seu devido lugar, que restaure a sua Casa, que tire a roupa maltrapilha de sua Noiva e a adorne com vestido de glória. Queira Deus, que eu, você e a IPCI sejamos achados entre estes, no dia da visitação, creio e espero, já se nos avizinha. Maranata!
Rev. Luiz Fernando
Pastor da IPCI
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