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sábado, 28 de março de 2015

MENSAGEM PASTORAL

Hosana ao Rei
“O Senhor é Deus, ele é nossa luz; adornai a festa com ramos até as pontas do altar” (Sl 118.27).

Diferentemente do Natal quando o máximo que podemos fazer é comemorar o fato, pois a data nos escapa por completo, a Páscoa, contudo, possui registros bíblicos e históricos confiáveis. A Crucifixão de Jesus teve ano, dia e hora em 14 de Nisã do ano 30, supliciado por volta das nove da manhã rendeu seu espírito ao Pai por volta das 15h00. Então, recordamos não só o fato histórico, real, mas também relembramos reverentes, contritos e exultantes a data mais importante do calendário cristão. A Semana da Paixão do Salvador Jesus se inicia com a ‘Entrada Triunfal’ em Jerusalém uma semana antes. É popularmente chamada festa de Ramos e nós encontramos vestígios de um festival religioso com ornamentos de ramos e palmas já no Antigo Testamento. Parece mesmo uma festa que possuía um ritual processional, como registra o Salmo 118.27. Uma leitura mais atenta indica uma liturgia com a presença do Rei nas dependências do Templo. Jesus, ao aproximar-se de Jerusalém, vindo pelo caminho de Betfagé, para revelar com precisão a sua identidade messiânica e para obedecer ativamente à vontade de seu amoroso Pai cumprindo nos ínfimos detalhes as Escrituras:Alegre-se muito, cidade de Sião! Exulte, Jerusalém! Eis que o seu rei vem a você, justo e vitorioso, humilde e montado num jumento, um jumentinho, cria de jumenta” (Zc 9.9), “Bendito é o que vem em nome do Senhor. Da casa do Senhor nós os abençoamos” (Sl 118.26), entra aclamado Rei entre as hosanas de um povo em festa. A antiguidade cristã registra já a existência desta solenidade nas Igrejas orientais desde o final século II e no ocidente já na metade do século III como nos informa o diário da peregrinação de Egéria, rica prova testemunhal da dinâmica e da vida das igrejas no século IV. O que importa para nós, distantes queestamos no tempo e na cultura destes eventos, é aproveitarmos com inteligência esses dias para aprofundar ainda mais o nosso conhecimento destes eventos redentores checando as Escrituras e comparando as promessas com o cumprimento e tomar mais decididamente posse destas verdades para o nosso consolo, conforto e confirmação na fé. Também com inteligência devemos aproveitar estas ocasiões em que muitos olham para o cristianismo e a igreja, levados por muitos interesses, para lhes anunciar o Evangelho da Salvação. A semana da paixão não possui nada de diferente ou de místico dos outros dias, a não ser esta maravilhosa oportunidade que temos para expor Jesus Cristo o Senhor e Rei diante do mundo. E é exatamente isso que a festa de Ramos nos propicia, a ocasião de proclamarmos Jesus Cristo como o Rei Messias esperado das nações, o príncipe da Paz. Jesus é o descendente de Davi, o que possui o cetro régio sobre as nações, é o anjo da Paz, o ‘Cabeça’ da humanidade o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores da terra. Não é à toa que a Igreja indica a cor litúrgica vermelha para o dia de hoje, sinal inequívoco da púrpura real, mas não aquela de César, não aquela dos poderosos deste mundo, menos ainda aquela com a qual foi escarnecido pelo soldado romano. Esta púrpura que o unge e consagra Rei e lhe confere direito de reivindicar o senhorio absoluto e incondicional obediência e homenagem é a púrpura de seu sangue real derramado em seu suplicio, vertido em sua cruz e aspergido quando seu lado foi perfurado pela lança. Com esta púrpura ele se distingue e se credencia para governar a tudo e a todos submetendo inclusive a morte sob o escabelo de seus pés. Ao entrar em Jerusalém Jesus não se deixou impressionar pelo alarido da multidão. Jesus não se deixou bajular pelos gritos e declarações de piedade e reverência daqueles que pelo caminho estendiam as suas vestes e seus ramos. Jesus sabia que a sua missão ainda estava incompleta. Jesus conhecia os intentos de seu Pai Santo e Justo a quem desejava glorificar acima de qualquer outro propósito. Jesus não se deixa deter e caminha decidido para a cruz. Celebrar a festa de Ramos é entrar no seguimento radical de Jesus, é não desejar outra coisa mais do que a glória do Pai, é viver em conformidade com as Escrituras e não se desviar do encontro com a Cruz. A Igreja precisa urgentemente retomar o caminho para a cruz sem se deixar impressionar com os louvores e a bajulação a sua volta. O Pai deseja ser glorificado! Hosana nas alturas!
Rev. Luiz Fernando Dos Santos 
É Ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil em Itapira

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