As Evidências do Novo Nascimento (I)
“No amor não há
medo; pelo contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe
castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor” (1 João 4.18).
Esses dias viajando com uma família de amigos
membros de nossa Igreja, vi que a mais novinha das passageiras do carro
quebrava a cabeça com um joguinho no ‘tablet’. De repente ela perguntava a um
dos presentes como se escrevia tal palavra. No início, confesso, não prestei
atenção, até que fui provocado a soletrar uma determinada palavra. Tomei
conhecimento de que o jogo se tratava de identificar as logomarcas mais
conhecidas do mercado. A ‘Logo’ aparecia na tela e o “jogador” deveria acertar
qual era a empresa detentora daquela marca. Marshall McLhuan um destacado educador
teórico da comunicação afirmou certa feita: “O que não se transforma em imagem, não existe socialmente”. Isto é,
aquilo que não é visto e não pode ser retido na memória, não dura, não chega a
existir como ente social, não conta. Por isso as grandes empresas prezam tanto
a sua marca e a expõe tantas vezes quanto possível nas mais variadas
plataformas de acesso do público. Quanto mais visto, mais conhecido e mais
lembrado na hora da decisão de compra, negócio, investimento e etc. O
cristianismo também precisa de uma marca. Precisa de um sinal que o torne
conhecido, identificado, lembrado nas ocasiões momentosas na vida e também e
fundamentalmente no simples cotidiano. Não falo de uma Logomarca do
tipo cruz, peixe, um livro aberto, uma pomba, uma chama, uma sarça, coisas até
certo ponto, infelizmente desgastadas pelo uso indevido, fora de contexto, sem
a substância de uma vida que os sustentasse. A “Marca” mais forte do
cristianismo, a sua identificação foi dada pelo seu fundador: “Com isso todos saberão que vocês são meus
discípulos, se vocês se amarem uns aos outros" (Jo 13.35). Esta
é a nossa identificação perante os homens e seus mercados e suas ofertas de uma
vida feliz e realizada. Contudo, como todas as grandes marcas do mundo correm sempre o perigo das falsificações, os perigos
da pirataria, com o amor isso também acontece. O amor do Evangelho é diferente
em qualidade, natureza e excelência do que os “concorrentes” oferecem por aí em
nome de uma dignidade, ou de um direito, ou de uma humanidade mais
desenvolvida. Entendemos e devemos “produzir” um amor que não torna as coisas
mais fáceis, e sim verdadeiras. Não se trata de ser politicamente correto,
emocionante ou belo. Mas, de ser verdadeiro, de ser santo, ser um fruto do
Espírito Santo e da observância de um mandamento expresso dado pelo Senhor Jesus
Cristo. Este amor que é a marca do Evangelho. É a “Logo” do Logos, Verbo de
Deus que é um amor: Santo, que zela pela santidade de Deus. Que em coisa alguma
procura desagradar-lhe ou ofender. É um amor que em nada prejudica o próximo,
que nunca leva vantagem sobre o seu semelhante, que não busca ou defende apenas
os seus próprios interesses. Este amor não transfere responsabilidades,
jamais deixa de fazer o bem que deve ser feito, ainda que isto lhe cause algum
prejuízo. Este amor não busca apenas e tão somente a satisfação de seus
apetites e paixões inflamadas e desajustadas. É um amor casto inclusive para os
casados. É um amor em continência, em forma de domínio próprio, para solteiros
héteros e por mais estranho que pareça na pena de um pastor, também para os
homossexuais. O amor que deve ser a marca maior do Evangelho possui a dimensão
da cruz de Cristo, é sacrificial, de entrega, comprometido com a verdade e a
justiça, sem reservas, altruísta e sobretudo forte, resistente frente ao mal
e capaz de suportar afrontas com longanimidade e magnanimidade. O amor
como evidência do Novo Nascimento, o que identifica um discípulo genuíno é
revolucionário, contra cultural, caminha na direção oposta da cultura
estabelecida ou do que é comum, porém anormal, à luz das Sagradas Escrituras. É um
amor que ofende sem degradar ou machucar. Um amor que constrange sem humilhar
ou ridicularizar o que pensa ou age diferente. É um amor que cativa sem
sequestrar a liberdade do outro. Esta deve ser a evidência do Nascido
de Novo do Evangelho de Cristo, o amor. Este amor é a Marca do Autêntico
Evangelho, por isso o meu conselho, em se tratando de amor, só adquira
“produto” original, a pirataria pode comprometer a sua felicidade.
Rev. Luiz Fernando
Pastor da IPCI
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