A Igreja e as
Eras Moderna e Contemporânea: Maranathá!
“Sim, venho em
Breve! Amém. Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22.20).
Esta é a última pastoral temática sobre as
‘eras’ da Igreja cristã de longe inspirada na obra sobre a História da Igreja
de Daniel-Rops.
Evidentemente que se trata de uma pastoral escrita para o contexto de uma
Igreja local, com vida paroquial típica, com cristãos engajados, piedosos que,
contudo, não possuem treinamento específico e abrangente em História da Igreja.
Escrevo, sobretudo, para estes irmãos, para que tenham um mínimo de informação
e quem sabe, se a Deus for servido, virem a se interessar e aprofundar seus
conhecimentos. Daremos um enorme salto na história. Depois da era dos Reformadores
Magisteriais, como vimos na semana passada, outras épocas e outros
personagens marcaram o cenário do cristianismo. Do lado católico a descoberta
do Novo Mundo e as investidas de Portugal e Espanha deram novo fôlego à Igreja
combalida na Europa. A Contra-Reforma do
Concílio de Trento fechou de vez ás portas para as contribuições dos
Reformadores. Os jesuítas enviaram missionários à Índia, China, Japão, Brasil.
Os “Tratados do Latrão” transformam o Vaticano em Cidade-Estado ao mesmo tempo
em que os movimentos culturais e a modernidade foram minando as forças e a
influência política da Igreja de Roma na Europa. Do lado do cristianismo
Reformado os pais peregrinos rumam para a América com o sonho de liberdade
religiosa e política a bordo do Mayflower.
Nos séculos seguintes os ventos do expansionismo missionário arejaram também a
ortodoxia protestante e os irmãos morávios e as sociedades missionárias
enviaram missionários aos lugares mais remotos da terra, Índia, China,
Birmânia, Interior da África, Nepal, Coreia, Polo Norte etc. Chegando à fase de
transição entre o moderno e o contemporâneo, a Igreja católica se reúne em dois
grandes Concílios: o inacabado Vaticano
I: deu-se de 8 de Dezembro de 1869 a
18 de Dezembro de 1870. E foi proclamado por Pio IX (1846 a 1878). As
principais decisões do Concílio foram conceber conceber uma Constituição dogmática intitulada
"Dei Filius", sobre a Fé católica e a Constituição Dogmática
"Pastor Aeternus", sobre o primado e infalibilidade do Papa quando se
pronuncia "ex-cathedra", em assuntos de fé e de moral. E tratou-se de
questões doutrinárias que eram necessárias para dar novo alento e informar
melhor sobre assuntos essenciais de Fé. E o Vaticano II: O Concílio Vaticano II, XXI Concílio Ecumênico da
Igreja Católica, foi convocado no dia 25 de Dezembro de 1961, através da bula
papal "Humanae salutis", pelo Papa João XXIII. Este mesmo Papa
inaugurou-o, a ritmo extraordinário, no dia 11 de outubro de 1962. O Concílio,
realizado em 4 sessões, só terminou no dia 8 de dezembro de 1965, já sob o
papado de Paulo VI. Nestas quatro sessões, mais de 2000 Prelados convocados de todo o planeta discutiram
e regulamentaram vários temas da Igreja Católica. As suas decisões estão
expressas nas 4 constituições, 9 decretos e 3 declarações elaboradas e
aprovadas pelo Concílio. Apesar da sua boa intenção em tentar atualizar a
Igreja, os resultados deste Concílio, para alguns estudiosos, ainda não foram
capazes de responder aos anseios dos católicos na modernidade. Do nosso lado,
eventos produzidos por homens como Friedrich
Schleiermarcher (1768-1834) e Rudolph
Bultman (1884-1976), para citar os mais conhecidos, levaram a Igreja a uma
crise de fé na autoridade das Escrituras e na veracidade dos milagres. Estes
eventos conhecidos como Alta Crítica ou Teologia Liberal,
deformaram também a moral e o estilo de vida das Igrejas e dos cristãos. Nesta
fase, e quem sabe, como uma reação a isso (ou seu resultado?), surge o fenômeno
da Rua Azusa nos Estados Unidos. Tendo à frente o pregador Willian Joseph Seymour no culto de 14.04.1906, aquela igreja sofreu
a experiência do “pentecostes” e os fenômenos de oração em línguas, revelações
particulares, transes e êxtases, ganharam o mundo como uma onda de avivamento.
Ainda que pesem suspeitas e críticas a este movimento. Em nossa época,
assistimos ainda o Movimento de Lausanne para as missões mundiais, reunido pela
primeira vez na cidade do mesmo nome na Suiça em 1974 que trouxe o tema das Missões
e da Missão Integral definitivamente para o centro das preocupações da
Igreja. A sociedade, a cultura e o mundo mudaram drasticamente desde o dia dos
apóstolos. Já perdemos de vista o heroísmo dos dias dos Reformadores. Há uma
generalizada confusão quanto à natureza e a missão da Igreja, bem
como uma generalizada desconfiança quanto à sua relevância e credibilidade.
Aprendemos que só há uma saída para a Igreja ao longo de sua história: Voltar
às Escrituras e em humilde adoração ouvir assim a voz do seu Amado.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito fala às Igrejas!
Reverendo Luiz Fernando - Pastor da IPCI
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