Verbum Domini Caro
Factum Est. Et Habitavit In Nobis!
“Aquele que é
a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do
Unigênito vindo do Pai, cheio de Graça e de Verdade.” (Jo 1. 14).
O anúncio do anjo aos pastores
nas campinas de Belém foi a notícia mais impactante, mais transformadora, mais
aguardada e mais feliz de todos os tempos: “Estou
lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo: Hoje, na
cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” (Lc 2.
10,11). Deste fato resultou a mais completa transformação da realidade desde o
pecado original. Agora, Deus retomou a amizade, a intimidade e o seu favor condescendente
para com o homem. O pecado criou um fosso intransponível entre o Criador e a
sua criatura amada, o homem não pode mais achegar-se livremente a Deus e o
Senhor três vezes santo não podia entrar em comunhão com a natureza decaída e
maculada do homem. Este abismo foi transposto pela Encarnação do Filho de Deus,
como diz Anselmo de Cantuária: “Bem
apropriado é lhe o título de pontífice, pois apenas sobre ele cruzamos o abismo
de nossa alienação de nossa completa destruição.” A notícia trazida pelo anjo
foi gestada e esperada com ânsias de amor pelo povo de Deus em sua história e
também na eternidade, assim dramática e poeticamente descrita por Bernardo de
Claraval:”Os arcanjos fazem silenciar os
farfalhar de suas asas, e os coros angélicos se calam, os patriarcas aspiram,
os profetas sussurram, os mártires gemem, os apóstolos se afligem, os
confessores e as virgens se angustiam e todos os santos anseiam, consentindo
Maria, disseste sim e como uma porta te abriste para que entrasse o Rei Glória. Foi a noite, raiou o Sol da
justiça. Não estamos mais sós, Emanuel, Deus é conosco. É Natal!”. Esta
mesma notícia, como esta mesma dramaticidade, precisa se comunicada ao mundo, a
este nosso século XXI tão altivo, tão avançado, mas também tão angustiado, tão
perdido, tão sem esperança. Poderíamos parafrasear Bernardo: “As nações
testemunham frustradas a falência de seus projetos de poder e glória. As
religiões se desesperam em seus labirintos existenciais. Os ateus se debatem
sobre a ausência de sentido para as suas vidas. Os agnósticos se angustiam com
o absurdo de não poder crer. Muitos cristãos se perdem no caótico mundo
pós-moderno, e todos, sem exceção precisam saber, precisam ouvir, precisam
crer: Jesus Cristo Eterno Filho do Eterno Pai já nasceu. Às nações traz paz e
prosperidade. Às religiões comunica a exclusividade de sua graça e de seu
perdão e o caminho direto e livre para Deus. Aos Ateus remove-lhes a orfandade
e dá-lhes um sentido para viver: a eternidade feliz nos céus. Aos Agnósticos se
revela como a Verdade suprema e única o que os tira da obscuridade e do engano.
Aos Cristãos recobra-lhes à certeza de sua vocação escatológica e celeste,
livrando-os das escravidões desta vida. Em fim, a todos, sem exceção, Jesus se
oferece como Único e Suficiente Salvador do gênero humano, para isso se fez
carne e habitou entre nós.” Feliz e santo Natal do Senhor Jesus a
todos!
Rev. Luiz Fernando - Pastor Mestre da IPCI
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