Aprendendo a Celebrar os 138 anos da IPCI
“Explicarás esse dia ao teu Filho.” (Ex 13. 8 Bíblia do Peregrino).
Celebrar para os cristãos não é simplesmente festejar. Estamos no mês dedicado às comemorações dos 138 anos de nossa Igreja. Uma data tão importante e ainda ignorada por muitos aqui da cidade, até mesmo pelas autoridades locais. A nossa Igreja, seguramente está entre as 20 igrejas cristãs evangélicas mais antigas do Brasil. Para termos uma ideia, a maior igreja evangélica brasileira, a Assembleia de Deus, comemorou o seu centenário em solo pátrio o ano passado. Quando os missionários suecos daquela denominação desembarcaram em Belém do Pará, a nossa IPCI já era uma jovem senhora rica em filhos espirituais e já com igrejas plantadas. Já havia superado crises, dificuldades financeiras, hostilidades e perseguições. Já havia enfrentado o pecado de alguns de seus membros e tratado deles à luz das Escrituras. Já havia dado pastores para a denominação e etc. No âmbito das Igrejas que permanecem sob a jurisdição da IPB (Igreja Presbiteriana do Brasil), a IPCI é a 8ª mais antiga. Entretanto, antiguidade por si só não diz muita coisa. Antiguidade sem verdade não passa de uma velha mentira, ensinaria Agostinho. É a verdade que dá legitimidade e perenidade às coisas antigas. Sem verdade elas tendem à caducidade e ao desaparecimento. Para nós, cristãos, a verdade é uma pessoa: Jesus Cristo. N’Ele lemos a história e d’Ele extraímos o sentido verdadeiro de cada acontecimento. Para que isto seja possível e para que nossa celebração não seja reduzida a uma festinha de crentes, precisamos voltar às fontes das Escrituras para aprendermos como fazer desta data e desta comemoração, um ato de culto aceitável a Deus, um ato santificante para os crentes e salvífico para aqueles que nos visitam. Em primeiro lugar, em cada comemoração a Bíblia nos ensina que devemos reconhecer a vontade soberana de Deus no fato celebrado. Foi Deus quem determinou, planejou e preparou todos os meios conducentes, para que chegássemos a este dia. Ele é o Senhor absoluto da história, conquanto conserve sempre a liberdade de suas criaturas morais, Ele não abre mão do controle da história. Em segundo, as Escrituras nos convidam ao humilde reconhecimento de nossa impotência e incapacidade. Não foram a nossa força, inteligência, habilidade ou riqueza que nos trouxeram até aqui, não. É certo que Deus quis servir-se de nós, por causa de nós, através de nós e, sobretudo, apesar de nós, para estabelecer o seu projeto de amor e salvação aqui em Itapira. Em terceiro lugar, a Bíblia nos convida à contrição. Somos levados a reconhecer que todo retrocesso, toda estagnação, toda divisão e todo insucesso deveu-se apenas e tão somente à nossa natureza decaída e aos resíduos do pecado que teimam em agir em nossos membros. Deus não falhou. O Filho não foi incapaz. O Espírito nunca perdeu poder. Mas, nossos pecados foram capazes de ferir os irmãos, afastar as pessoas, desacreditar o Evangelho e envergonhar a noiva de Cristo. Celebrar é também humilhar-se, pedir perdão e restauração. Em quarto lugar, a ação de graças. Agradecer e louvar a Deus, adorá-lo por aquilo que Ele é nas perfeições santíssimas de seu caráter e de seu poder. Agradecê-lo por sua indestrutível providência e por seus ternos cuidados paternais. Agradecê-lo por sua bondade e misericórdia em socorrer-nos quando padecíamos em nossa miséria e por sua longanimidade quando pacientemente esperou por nosso retorno ao bom senso quando parecíamos encontrar gozo no pecado. Em fim, o Livro Santo nos ensina que celebrar bem é saber contar às gerações futuras a nossa história. É saber fazer memória adorante e proclamadora daquilo que vivemos e agora testemunhamos de nossa caminhada histórica no evangelho, sob a direção do Espírito do Senhor. Valorizar e transmitir a nossa história assegura um legado de valores, princípios, conduta ética e moral, senso de justiça e verdade, que são valores inegociáveis do Evangelho e do Reino de Deus que Itapira tem o direito de encontrar e de reclamar em nossa Igreja, pois exatamente para isto foi que o Senhor nos plantou aqui há 138 anos. Celebremos o Senhor com júbilo.
Reverendo Luiz Fernando Pastor da IPCI
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