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segunda-feira, 4 de julho de 2011

MENSAGEM PASTORAL

Noite de colheita
“Pois nós somos cooperadores de Deus; vocês são lavoura de Deus e edifício de Deus.” (1Co 3.9).

Hoje à noite a nossa Igreja será revestida de júbilo e alegria e no céu haverá grande festa. Pecadores arrependidos descerão às águas do batismo e se unirão a Cristo fazendo parte de seu corpo místico que é a Igreja. Na verdade o batismo e a profissão de fé não são o fim de um processo, mas apenas uma etapa. O processo todo foi desencadeado quando pela audição do Evangelho o Espírito Santo iniciou o seu ministério na alma destes irmãos. Ouvindo a pregação da fé, foram levados ao reconhecimento de sua desgraçada condição de pecadores e o Espírito do Senhor contristou suas mentes e corações levando-os ao arrependimento e a confissão de seus pecados. Depois disso, a seu tempo, os encontros na classe de catecúmenos foi aclarando a consciência, educando na fé, predispondo a vontade para obedecer e iniciando o processo de discipulado que nunca chegará a termo nesta vida. Depois desta noite, o processo de configuração a Jesus Cristo, escopo da vida cristã, deverá aperfeiçoar-se com novas experiências e descobertas da Palavra de Deus e com os impulsos do Espírito Santo. Para que este processo seja eficiente precisamos desenvolver na Igreja a mentalidade de uma comunidade formadora, isto é, um espaço de construção e transformação do caráter de cada homem e mulher em Cristo. Todavia, isto jamais será possível se não nos convencermos de que os núcleos, os pequenos grupos, são não apenas a melhor, mas a única ferramenta possível. Não podemos se quisermos viver o Evangelho de maneira plena, poderosa, prática e comunional, cultivar a cultura de uma Igreja massificada e programada para ajuntar e nunca transformar. Programada para reunir-se sem jamais produzir comunhão. Direcionada para realizar eventos sem jamais constituir-se em um acontecimento salvífico. Nossos irmãos, que hoje obedecem a Deus fazendo-se batizar, venceram apenas a etapa da iniciação cristã fundamental, aquela cujos rudimentos da fé necessários a salvação sãoapresentados. Mas, a maturidade cristã que os levará a assumir o seu discipulado em termos de testemunhas e missionários, passa pela vivência, treinamento, cuidado mútuo, da vida fraterna em comunidade em regime de pequenos grupos. Costumo chamar os nossos pequenos grupos de “Ícone Trinitatis”, ou seja, uma imagem da Trindade Santíssima. Um teólogo afirmou certa vez que a trindade é o modelo da melhor comunidade. Não é o “um” absoluto para que ninguém pereça no isolamento radical. Não é uma multidão de deuses, para que ninguém se perca no anonimato. Mas é a radical perfeição de uma pequena comunidade de amor recíproco, ministério solidário e felicidade sem fim. Nossos núcleos devem mira-se neste mistério do Deus Trino e assim viverem como pequenas comunidades de vivência amorosa terapêutica, ministério criativo e compartilhado na indizível alegria do Espírito Santo. É nesse ambiente que nossos neófitos encontrarão as evangélicas e necessárias condições para o crescimento em Cristo, conforme ensina o apóstolo: “até que todos alcancemos a unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.” (Ef 4. 13). Valorizemos e multipliquemos ainda mais os nossos núcleos, transformado a nossa Igreja num ambiente de vivência espiritual inserida e comprometida com a missão de avançar o Senhorio e o Reino de Cristo sobre a face da terra, projetando as sementes do Evangelho nas estruturas e engrenagens deste mundo. Façamos todo esforço possível para não cedermos a tentação de um “evangelho massificador”, fazendo de nossa igreja uma “fábrica de cristãos” em série. Antes, invistamos em um cuidado pastoral personalizado, cuidador, companheiro, levando cada novo membro, como os de hoje, a descobrirem as insondáveis riquezas de Cristo e a glória incomparável de nos deixarmos usar por Ele como seus cooperadores e servos, que um dia Ele mesmo há chamar de amigos!                                                               
  Rev. Luiz Fernando
    Pastor Mestre da IPCI.

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