A Igreja Perseguida e os 137 anos da IP Central de Itapira
“Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos Céus. (Mt 5. 10).Estamos comemorando nestes dias o aniversário de organização de nossa Igreja. Existem muitas razões pelas quais devemos nos alegrar e elevar nossas ações de graças aos céus. São 137 anos da fidelidade de Deus. Nos inícios tudo era muito improvisado e inseguro. Converter-se na antiga Penha do Rio do Peixe do século XIX não era uma coisa muito confortável. A história do Reverendo e maestro Zacarias de Miranda ilustra muito bem o fato. Professor de música na cidade, uma personalidade notória da sociedade, maestro da banda local e responsável pelos hinos e músicas das procissões religiosas dos católicos romanos. Zacarias conheceu o Evangelho por meio da amizade com o reverendo Delfino dos Anjos com quem permutou aulas de música por aulas de línguas estrangeiras. Não demorou muito para que esta relação fosse repousar em questões religiosas. Uma vez convertido, batizado e professado a fé, Zacarias de Miranda conheceu da noite para o dia o cumprimento da Palavra que diz: “De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” (2Tm 3.12) E: “Amados, não se surpreendam com o fogo que surge entre vocês para os provar, como se algo de estranho lhes estivesse acontecendo. Mas alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo.” (1Pe 4.12). E também: “É necessário que passemos por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus.” (At 14.22). Zacarias de Miranda precisou mudar de Itapira para dar continuidade a sua vida e desenvolver a sua fé. Os dias de perseguição em Itapira, com a graça de Deus, ficaram para trás. Hoje, além da liberdade que gozamos, somos uma instituição bem conceituada na cidade e não poucos de nossos membros gozam de respeitabilidade pelo simples fato de estarem arrolados em nossa Igreja e isso lhes provê até mesmo alguns privilégios. Todavia, essa imensa liberdade, se não usada com sabedoria e seriedade, pode custar caro à nossa Igreja. Este tempo deve ser empregado no evangelismo, no discipulado, na plantação de igrejas, no envio e sustento de missionários, no alcance dos ainda ao alcançados. Não sabemos por quanto tempo teremos tal liberdade. Uma igreja que vive complacentemente acomodada em sua paz, gera santos de boutique e profetas de Shopping Center, isto é, cristãos que ainda vivem “na inutilidade de seus pensamentos” (Ef 4. 17 b), insensíveis, cheios de autocomiseração, preocupados com o seu bem estar e alienados. O apóstolo Paulo nos exorta: “tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios, aproveitando o máximo cada oportunidade, porque os dias são maus.” (Ef 5. 15). Dentro das comemorações dos 137 anos da IPCI o dia de hoje será dedicado a informações, orações e compromisso com a Igreja Perseguida e em parceria com a Missão Portas Abertas. Será um momento bastante oportuno para confrontar o nosso estilo de vida e a nossa dedicação a Cristo e a Igreja com a realidade vivida por milhares de outros cristãos em contextos tão diversos do nosso. Será um domingo para avaliarmos a genuinidade de nossa pertença a Cristo como discípulos, testemunhas e missionários. Que o clamor da Igreja perseguida sensibilize o nosso coração, que esclareça a nossa mente e nos ajude a renunciar um modelo de Igreja ensimesmada, olhando para o bico de seu sapato enquanto ignora os campos branquejados prontos para a colheita. Conhecer e orar pela Igreja que sofre deve levar-nos a uma verdadeira conversão pastoral, eclesial e institucional. Aproveitemos este Domingo da Igreja Perseguida para iniciar um tempo novo em nossa Igreja, usando com sabedoria nossos recursos, tempo e liberdade para tornar presente o mistério de Cristo a toda criatura, aqui em Itapira, no circuito das águas, no Estado de São Paulo, Brasil e até os confins da terra. Celebrar na IPCI é ir onde ainda ninguém foi.
Rev. Luiz Fernando
Seu pastor e amigo
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